SÃO PAULO - O dólar comercial registrou queda de 0,81% nessa sexta-feira (17), cotado a R$ 1,5970 na venda, encerrando a semana estável. O investidor avaliou nessa data uma possível melhora do quadro da crise da dívida soberana grega, indicadores norte-americanos e os leilões de compra de dólar do Banco Central.
No front doméstico, a autoridade monetária realizou um leilão de compra de dólares no mercado cambial à vista. A operação ocorreu entre as 15h30 (horário de Brasília) e às 15h35 e teve uma taxa de corte aceita em R$ 1,5963.
Agenda norte-americana divergente
A agenda norte-americana mostrou dados divergentes, com a confiança do consumidor desapontando e o desempenho compilado dos mais recentes indicadores econômicos animando os mercados.
O Michigan Sentiment, que avalia a percepção dos consumidores dos EUA tanto com a situação econômica atual como também com a perspectiva futura marcou 71,80 pontos em junho, resultado abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam por 73,50 pontos.
Já os Leading Indicators, relatório que compreende vários outros índices já divulgados divulgado, marcaram uma taxa de 0,80% em maio, resultado que superou as expectativas dos analistas, que esperavam por uma taxa de 0,40%.
Alemanha acalma o mundo
O cenário da dívida grega tomou novos rumos após a chanceler alemã Angela Merkel afirmar que aceitará que a participação dos investidores privados no novo plano de resgate grego seja voluntária. Isso alivia parte do mercado receosa por conta da situação e reduz as pressões de alta do dólar, que por ser considerado um investimento mais seguro tende a ter cotação elevada em uma situação de risco.
Sendo assim, o dólar teve queda contra as principais divisas mundiais, como o euro, a libra esterlina, o iene, os dólares canadenses e australianos e os francos suíços.
FMI acredita que economia vai crescer
Mesmo prevendo uma retomada na segunda metade deste ano, o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu ligeiramente suas projeções de crescimento para a economia global em 2011, que passaram de um avanço de 4,4% para 4,3%. Para o próximo ano, porém, o Fundo manteve sua estimativa de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) global em 4,5%.
As economias emergentes terão um ritmo mais acelerado, de 6,5% de acordo com a instituição, enquanto as economias avançadas deverão crescer 2,5% esse ano. Se as provisões do fundo estiverem corretas, o Brasil estará no meio termo, com crescimento de 4,1%.
Dólar comercial e futuro
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,5950 na compra e R$ 1,5970 na venda, forte baixa de 0,81% em relação ao fechamento anterior. Apesar desta queda, o dólar acumula valorização de 1,08% em junho, frente à alta de 0,45% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 4,15%.
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em julho, segue o dia cotado a R$ 1,602, baixa de 0,53% em relação a cotação de R$ 1,611 do fechamento da última quinta-feira. O contrato com vencimento em agosto, por sua vez, opera em baixa de 0,37%, atingindo R$ 1,614 frente à R$ 1,620 do fechamento de ontem.
O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,5961000.
FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 3,36 para agosto de 2011, 0,07 ponto percentual abaixo ao que foi registrado na sessão anterior.