quarta-feira, 31 de julho de 2013

Governo desiste de incluir dois anos extras na graduação de medicina

31/07/2013 13h49 - Atualizado em 31/07/2013 15h35


Ministro diz que agora proposta é aproveitar 2 anos extras como residência.
No primeiro ano, recém-formado prestaria serviço em emergência do SUS.

Fabiano CostaDo G1, em Brasília
 
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quarta-feira (31) que o governo decidiu alterar um dos pontos do programa Mais Médicos: o que previa a ampliação de seis para oito anos do período de graduação em medicina – nos dois anos extras eles teriam de prestar serviços no Sistema Único de Saúde (SUS).
Mais Médicos Info V2 26.7 (Foto: Editoria de Arte/G1)
De acordo com o ministro, o governo decidiu acatar a proposta de comissão de especialistas que analisa o programa. Pela proposta, os dois anos extras serão aproveitados como residência médica, que tem caráter de especialização e atualmente não é obrigatória. Com isso, os estudantes de medicina não ficariam impedidos de se formar após os seis anos de curso.
Se prevalecesse a proposta original do programa Mais Médicos, a formação em medicina poderia durar até dez anos: oito de graduação (obrigatórios) e dois de especialização (residência médica).
Segundo a nova proposta, os médicos recém-formados farão a especialização durante a residência médica, como atualmente, mas, no primeiro ano, a atuação será necessariamente no setor de urgência e emergência de uma unidade do SUS. No segundo ano, o recém-formado atuaria na área de especialização que escolheu.
"Isso [a proposta de que os médicos recém-formados atuem na urgência e emergência do SUS durante a especialização] dialoga com a medida provisória e criou uma unanimidade entre todos os diretores de faculdades, a Associação Brasileira de Educação Médica e a comissão de especialistas. Houve unanimidade neste entendimento, e a gente acolhe isso de forma muito positiva", disse o ministro após reunião sobre o programa Mais Médicos com reitores de universidades federais e entidades de medicina no MInistério da Educação.
O ministro Mercadante afirmou que o governo pretende assegurar, até 2017, acesso a bolsa de residência médica para todos os estudantes formados em medicina. Segundo a assessoria do Ministério da Educação, quando as bolsas estiverem disponíveis, a residência médica passará a ser obrigatória.
De acordo com a assessoria, ainda não há uma definição sobre os casos de médicos recém-formados que optarem por fazer clínica geral e decidirem não se especializar. Não se sabe se, nessa hipótese, o recém-formado faria somente o primeiro de residência em um setor de urgência e emergência do SUS ou se teria de cumprir os dois anos.
A obrigatoriedade de prestação de serviços por dois anos no SUS era um motivos de crítica das entidades médicas ao programa Mais Médicos, do governo federal.
Medida provisória
Após negociar a alteração de parte das regras do Mais Médicos com os dirigentes das universidades, Aloizio Mercadante disse que irá levar a nova proposta ao relator da medida provisória na comissão especial que está sendo criada pelo Congresso Nacional para analisar o projeto.
Segundo o ministro, a última palavra sobre a proposta de incorporação dos novos médicos ao SUS no período da residência médica será do Congresso.  
"Quem vai decidir, evidentemente, ao final do processo, é o Congresso Nacional. E vamos imediatamente abrir essa discussão no âmbito do Conselho Nacional de Educação", afirmou.
Fonte: G1

terça-feira, 30 de julho de 2013

Tragédia no Rio. Criança morre após rompimento de adutora em Campo Grande, Rio

30/07/2013 09h01 - Atualizado em 30/07/2013 10h32


De acordo com Bombeiros, a vítima tem 3 anos e morreu em alagamento.

Rompimento de adutora destruiu casas e carros em bairro na Zona Oeste.

Do G1 Rio

Isabela Severo dos Santos, de 3 anos, morreu no alagamento provocado pelo rompimento de uma adutora no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta terça-feira (30). A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que registravam, até as 9h30, sete feridos no acidente.
"Eu lamento profundamente o óbito da criança. Nós tentamos reanimá-la a todo o momento, durante o trajeto até o hospital. Ainda estamos vendo a dimensão do estrago", disse o coronel Sergio Simões, dos Bombeiros.
O rompimento ocorreu por volta das 6h na altura do número 4.500 da Estrada do Mendanha. Casas e carros ficaram destruídos com a força da água, lançada em um jato que alcançou 20 metros, de acordo com Marcos Djalma, tenente do Corpo de Bombeiros.
Diversas residências foram alagadas, com a água chegando a 2 metros de altura em alguns pontos, de acordo com moradores. Muitas pessoas ficaram ilhadas. Segundo o secretário de Defesa Civil do município, Márcio Motta, pelo menos três quarteirões foram isolados.
Mapa rompimento adutora em Campo Grande  (Foto: G1)
Acordei ao escutar um barulho muito forte no telhado. Em seguida, as paredes começaram a se destruir. A gente estava no segundo andar e a força da água arrastou a gente para o outro lado da rua. Nós paramos em frente à casa do vizinho"
Agilson da Silva Serpa, mecânico
"Estava dormindo e acordei ao escutar um barulho muito forte no telhado. Em seguida, as paredes começaram a se destruir. A gente estava no segundo andar e a força da água arrastou a gente para o outro lado da rua. Nós paramos em frente à casa do vizinho", disse o mecânico Agilson da Silva Serpa, que sofreu um ferimento no joelho.
A dona de casa Juliana Lemos conseguiu socorrer os quatro filhos. "Meus filhos estão bem, estavam todos dormindo. Acordamos com as paredes caindo. Eu só tive um ferimento no pé", afirmou ela, que foi atendida na ambulância do Corpo de Bombeiros.
Carros e ambulâncias dos quartéis de Campo Grande e Santa Cruz estão no local. Um bote salva-vidas ajuda no resgate de moradores. Equipes da Defesa Civil municipal e agentes da Polícia Militar também foram enviados.
Em entrevista à GloboNews, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, disse que a corporação vai avaliar os danos causados pela água.
"Nosso trabalho tem sido para retirar pessoas de dentro de casa em razão da grande extensão do alagamento. Estamos trabalhando em conjunto com o Departamento de Engenharia da Defesa Civil da cidade para fazer as avaliações e as extensões dos danos causados nas casas que foram destruídas ou danificadas”, explicou Simões.
Interdição e falta de luz
A Estrada do Mendanha foi interditada na altura da Rua Marcolino da Costa e o trânsito era desviado pela Estrada do Pedregoso. De acordo com a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia, após o rompimento da adutora, a luz foi desligada por questões de segurança na região.
A Cedae enviou uma equipe de manutenção para providenciar o reparo e uma outra equipe para fazer análise de danos para que as pessoas possam ser ressarcidas de qualquer prejuízo. Segundo a concessionária, técnicos desligaram a tubulação, fizeram a manobra e a pressão da água deve diminuir gradativamente.
Ainda não há informações do que provocou o rompimento da adutora. Por volta das 8h, duas após o rompimento, ruas no entorno da Estrada do Mendanha estavam inundadas.

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Após início pacífico, protesto depreda bancos na região da Avenida Paulista


G1 flagrou depredação em 10 agências bancárias da região central de SP.

Bases da PM, estações de Metrô e concessionária também foram alvos.

Fabiana de CarvalhoDo G1 São Paulo
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Após o início pacífico da manifestação na Avenida Paulista em apoio aos protestos no Rio e contra o governador Sérgio Cabral, um grupo depredou na noite desta sexta-feira (26) pelo menos 10 agências bancárias, uma concessionária de automóveis, bases da Polícia Militar, duas estações do Metrô e um carro de reportagem da Rede Record. Foram quase duas horas de atos de vandalismo e pichações nas vias da região.
(O G1 acompanhou em tempo real a manifestação, fotos e vídeos; acesse.)
O protesto começou por volta das 18h no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Às 18h55, os manifestantes ocuparam os dois sentidos da Avenida Paulista e caminharam em direção ao Paraíso. Cerca de meia hora depois, mascarados começaram a pichar a Estação Trianon-Masp do Metrô e uma agência do Banco Itaú, que também teve um corrimão arrancado e vidros quebrados. Eles colocaram fogo em sacos de lixo espalhados na via e quebraram relógios no canteiro central da avenida.
Vidros quebrados em agência bancária na Avenida Paulista (Foto: Shin Oliva Suzuki/G1)Vidros quebrados em agência bancária na Avenida
Paulista (Foto: Shin Oliva Suzuki/G1)
Neste momento, um grupo gritava “sem vandalismo”, enquanto outros manifestantes respondiam “sem pacifismo”. Pessoas que se identificaram como integrantes do movimento Black Bloc distribuíram panfletos.
Durante a destruição, um homem mascarado dizia que "vandalismo é o que fazem nas escolas, cheias de gente sem educação". Ele afirmou que "manifestação pacífica é passeio pela cidade".
Manifestantes contrários à violência pediam para os atos de vandalismo pararem. "Isso é loucura. Para com isso", disse um dos participantes do protesto.
Depois que a primeira agência foi atacada, grupos começaram a depredar outros bancos na região, sem intervenção da Polícia Militar. O G1 flagrou depredação em cinco agências do Banco Itaú, duas do Bradesco, duas do Santander e uma do Banco do Brasil. Uma agência do Citibank foi pichada.
Na agência do Banco do Brasil, grupos mascarados usavam pedaços de ferro para quebrar os caixas eletrônicos. Sacos de lixo foram abertos e atirados dentro de uma agência do Itaú. Móveis foram retirados e jogados no meio da rua. 
Mapa mostra trajeto percorrido pelos manifestantes nesta sexta-feira (26) (Foto: Arte/G1)
O grupo seguiu pela Avenida Bernardino de Campos e desceu para a Avenida 23 de Maio, onde forçaram um ônibus biarticulado a bloquear a pista sentido aeroporto. Manifestantes sacudiram uma van da Rede Record e tentaram colocar fogo no veículo, mas foram dispersados pela Polícia Militar. Foram jogadas bombas de gás para dispersar o grupo.
Os manifestantes correram para ruas da região e um pequeno grupo depredou uma concessionária de veículos Chevrolet na Rua Pedroso. Depois, eles subiram a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e voltaram a bloquear o cruzamento com a Avenida Paulista. Motoristas que subiam a Brigadeiro foram surpreendidos e trafegaram na contramão para fugir do bloqueio. A PM voltou a usar bombas de gás para dispersar os manifestantes.
Panfleto distribuído durante manifestação em SP (Foto: Reprodução)Panfleto distribuído durante manifestação em
São Paulo nesta sexta-feira (Foto: Reprodução)
Por volta das 21h, as pessoas que participaram do protesto tinham se dispersado. Policiais continuaram na Avenida Paulista para evitar mais atos de vandalismo. Cacos de vidro das agências bancárias ficaram espalhados pela via. Pichações sujaram as fachadas do Itaú Cultural, de bancos e de estações do Metrô.
Presença da PM
Policiais da Força Tática tentaram conter os atos de vandalismo. A Tropa de Choque não chegou a ser acionada. Questionado se a polícia demorou para reagir, o porta-voz da Polícia Militar, major Marcel Lacerda Soffner, disse que a corporação fazia acompanhamento da manifestação para não colocar em risco as pessoas que agiam pacificamente.
A Secretaria da Segurança Pública informou, em nota, que "todos os fatos relativos à manifestação ocorrida na Avenida Paulista serão apurados".
Policiais revistam suspeitos de vandalismo na Avenida Paulista; após manifestação nesta sexta-feira (26), bancos foram depredados e pichados. (Foto: Rodrigo Mora/G1)Policiais revistam suspeitos de vandalismo na Avenida Paulista (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Vândalos quebraram agência do Itaú, na Avenida Paulista, e expuseram os fundos dos caixas eletrônicos. (Foto: Rodrigo Mora/G1)Manifestantes quebraram agência e expuseram os fundos dos caixas eletrônicos. (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Agência bancária depredada na Av. Paulista (Foto: Rodrigo Mora/G1)Agência bancária depredada na Avenida Paulista (Foto: Rodrigo Mora/G1)
Agência bancária quebrada na Avenida Paulista  (Foto: Fabiana de Carvalho )Agência bancária quebrada e com lixo na Avenida Paulista (Foto: Fabiana de Carvalho )Fonte: G1.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Corpo de Dominguinhos é velado na Assembleia Legislativa de SP


Depois seguirá para Recife, no Pernambuco, onde será enterrado.
Músico, que sofria de câncer de pulmão, morreu na terça-feira (23) em SP.

Do G1 São Paulo
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Dominguinhos é velado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Letícia Macedo/G1)Dominguinhos é velado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Foto: Letícia Macedo/G1)
O corpo do músico Dominguinhos está sendo velado desde as 6h desta quarta-feira (24) na Assembleia Legislativa de São Paulo, na região do Ibirapuera, na Zona Sul da capital. Segundo a ex-mulher de Dominguinhos, Guadalupe Mendonça, o velório em São Paulo ocorrerá até as 16h. Depois, o corpo seguirá para Recife, onde deverá ser enterrado na sexta-feira (26).
O artista morreu nesta terça-feira (23), aos 72 anos, no Hospital Sírio-Libanês. Ele lutava havia seis anos contra um câncer de pulmão. De acordo com o hospital, o músico morreu às 18h em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas.

Ao longo do tratamento, ele desenvolveu insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. Dominguinhos foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro. Antes, esteve internado por um mês em um hospital no Recife.
Guadalupe afirma ter acompanhado os últimos momentos de Dominguinhos no hospital. Ela conta ter agradecido a ele pela companhia. “Ele foi coberto de muito amor. Ele estava indo e eu dizendo: 'A gente te ama muito. Eu, a Liv (filha), o Luca, que é o nosso neto, e o povo todo te ama muito. Então vai em paz'. Assim, sua obra, sua genialidade e sua generosidade vão ficar perpetuadas na sua música”, disse.
Ainda segundo ela, quando a doença foi diagnosticada, os médicos deram uma expectativa de vida de 6 a 8 meses. Dominguinhos resistiu por quase sete anos “muito felizes”, segundo Guadalupe.
Guadalupe diz ter acompanhado últimos momentos de Dominguinhos (Foto: Letícia Macedo/G1)Guadalupe diz ter acompanhado últimos momen-
tos de Dominguinhos (Foto: Letícia Macedo/G1)
“Fiz muitas loucuras dentro da UTI. Sempre tinha música dele lá dentro", conta ela, que levava um aparelho de som para tocar músicas dele e de artistas que Dominguinhos gostava, como Frank Sinatra. “O gosto musicial dele era muito sofisticado”, disse a ex-esposa.
Biografia
Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com 8 anos. Aos 13 anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.
Instrumentista, cantor e compositor, Dominguinhos ganhou em 2002 o Grammy Latino com o “CD Chegando de Mansinho”. Ao longo da carreira, fez parcerias de sucesso com músicos como Gilberto Gil, Chico Buarque, Anastácia e Djavan.
Ainda criança, Dominguinhos tocava triângulo com seus irmãos no trio “Os três pinguins”. Quando ele tinha 8 anos, foi “descoberto” por Gonzagão ao participar de um show em Garanhuns. A “benção” lhe foi dada pelo rei do baião quanto tinha 16 anos.
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 Dominguinhos durante apresentação em São Luis do Paraitinga em 2011. (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)Dominguinhos em apresentação em São Luís do
Paraitinga (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)
“Gonzaga estava divulgando para a imprensa o disco 'Forró no Escuro' quando ele me apresentou como seu herdeiro artístico aos repórteres”, lembrou-se Dominguinhos em entrevista ao G1 no fim de 2012. “Foi uma surpresa muito grande, não esperava mesmo.”
De acordo com ele, o episódio aconteceu somente três anos depois de sua chegada ao Rio, acompanhado do pai, o também sanfoneiro Chicão. Mudaram-se para a cidade justamente para encontrar Luiz Gonzaga. “Em cinco minutos, ele me deu uma sanfona novinha, sem eu pedir nada”, prosseguiu. Naquele período, Dominguinhos saiu em turnê com o mestre para cumprir a função de segundo sanfoneiro e, eventualmente, de motorista.
Centenário de Gonzagão
No fim de 2012, Dominguinhos se dedicou ativamente às celebrações dos cem anos do nascimento de Luiz Gonzaga. Durante um show no dia centenário, 13 de dezembro, realizado na terra natal do músico, Exu (PE), Gilberto Gil comentou: “Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado”. 
Para Gil, no entanto, Dominguinhos soube trilhar um caminho próprio. “Dominguinhos foi além, em uma direção que Gonzaga não pôde, não teve tempo. Ele foi na direção do início de Gonzaga, o instrumentista, da época das boates do Mangue, no Rio de Janeiro, quando ele tocava tango, choro, polca, foxtrot, tocava tudo, repertório internacional, tudo na sanfona. 
Fonte: G1