domingo, 31 de agosto de 2014

Amigos negros defendem jovem que ofendeu Aranha: "Ela não é racista"

31/08/2014 08h30 - Atualizado em 31/08/2014 08h30

Patrícia Moreira prestará depoimento na segunda-feira na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre para tentar esclarecer incidente na Arena no jogo entre Grêmio e Santos

Por Porto Alegre
Quem conhece Patrícia Moreira, investigada por praticar ato de injúria racial envolvendo o goleiro Aranha na partida entre Grêmio e Santos, na última quinta-feira, garante que ela não tem qualquer sinal que a aponte como uma pessoa "racista". É o que garantem amigos negros da menina de 23 anos e que residem próximos a ela, na zona norte de Porto Alegre. O GloboEsporte.com visitou a região na tarde de sábado e ouviu os vizinhos. A jovem não foi encontrada para se manifestar.

Lucas da Silva, de 20 anos, faz parte dos amigos que defendem Patrícia. Acha que ela se deixou levar pela "emoção do momento", afinal o time gaúcho perdia em casa por 2 a 0 na estreia pela Copa do Brasil, nas oitavas de final do torneio.

- Ela é gente boa, vai em roda de samba com preto, gosta de preto, fica com preto. Foi na emoção do momento, ela não é racista. Ela é louca pelo Grêmio, vai em todos os jogos, é sócia – conta.   
Amigos negros de Patrícia Moreira defendem e não crêem em racismo  (Foto: Diego Guichard)Amigos negros de Patrícia Moreira defendem jovem e não creem em racismo (Foto: Diego Guichard)
Dono de um mercado localizado perto da casa de Patrícia, o comerciante Marcio Batista Traslatti, de 49 anos, é outro a sair em defesa da jovem. Ex-árbitro de futebol, também crê que a menina caiu na "empolgação".  

- Ela não é tudo isso que estão dizendo, é uma menina sem palavras. Na hora da empolgação, um puxa e os outros vão atrás. Ela foi atrás e saiu falando besteira. Estava no lugar e hora errada. Não vamos jogar a culpa em cima - opina.  

A opinião dos amigos, porém, não é compartilhada por todos do bairro. Enquanto o grupo concedia entrevista, uma senhora, também negra, que preferiu não se identificar, mostrou indignação com o episódio na Arena.

- Tem que valorizar onde mora, ela desvalorizou o bairro. 
Dono de estabelecimento defende Patrícia Moreira (Foto: Diego Guichard)Dono de estabelecimento defende Patrícia Moreira (Foto: Diego Guichard)
Na noite de sexta-feira, a casa de Patrícia Moreira, que foi flagrada pelas câmeras do canal ESPN gritando "macaco" em direção ao goleiro Aranha, foi apedrejada. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação.

Intimada a depor, ela se apresentará na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre na segunda-feira, assim como outro torcedor identificado por câmeras da Arena.  

Entenda o caso
O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo. 

A jovem foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.

O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre na sexta-feira. No retorno a Santos, o camisa 1 evitou se pronunciar sobre o assunto. 
Aranha reclama para arbitragem e alega ter sido vítima de ato racista (Foto: Diego Guichard)Aranha reclama para arbitragem e alega ter sido vítima de xingamentos (Foto: Diego Guichard)

Jogo de volta suspenso
As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja julgado. No primeiro duelo das itavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.
 
O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.
Advogado do Grêmio, Gabriel Vieira disse que o clube foi notificado formalmente pelo STJD na noite de sexta. 

- Nós fomos formalmente notificados pelo STJD. A partida foi suspensa e o julgamento está pautado para a mesma quarta-feira, às 14h. Agora, estamos sentando para ler o que está acontecendo, analisando a denúncia para ver que medida tomar - afirmou à Rádio Gaúcha.

Arbitragem também denunciada
Na primeira versão, o árbitro Wilton Pereira Sampaio não incluiu na súmula da partida menção a atos racistas na Arena. Após analisar as imagens, o juiz colocou um adendo no qual informou ter ficado ciente do caso por meio da imprensa e que ainda fora informado por atletas do Santos. Desta forma, Pereira Sampaio, além dos assistentes Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock, e o quarto árbitro Roger Goulart, foram denunciados por infração aos artigos 261-A e 266, ambos do CBJD. Todos estão sujeitos a suspensões de até 90 dias e 360 dias, respectivamente.

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Fonte: G1

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

UM ARSENAL E MUITA DROGA É ENCONTRADO EM MATA NA REGIÃO DOS LAGOS-RJ.

27/08/2014 12h30 - Atualizado em 27/08/2014 13h05

Fuzileiros descobrem armas e drogas em mata fechada durante treinamento

Polícia afirma ser a maior apreensão do ano na Região dos Lagos do Rio.
Em 15 tonéis tinham 7.800 balas, 45 armas e mais de 100Kg de drogas.

Tomás BaggioDo G1 Região dos Lagos
 Fuzileiros da Marinha do Brasil encontraram armamento pesado e uma grande quantidade de drogas durante um treinamento em mata fechada na terça-feira (26) em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. A informação foi divulgada durante uma entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta (27) na 126ª DP (Cabo Frio). Entre o material há 7.800 balas, 45 armas de diferentes calibres e mais de 100 Kg de drogas.
Drogas e armas foram encontradas por fuzileiros da Marinha em Cabo Frio (Foto: Renata Igrejas / Inter TV)Foram 15 tonéis encontrados na mata fechada
(Foto: Renata Igrejas / Inter TV)
Segundo as informações da Polícia Civil, os fuzileiros da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia realizavam o treinamento em uma área da União entre os bairros Praia do Siqueira, Guarani e Vila do Sol. O local, que é tomado por vegetação de restinga, fica próximo a salinas que estão às margens da Lagoa de Araruama, nos fundos de uma fábrica de sal e próximo a uma universidade particular.

"Os fuzileiros estavam no treinamento quando viram dois tonéis azuis. Ao encontrarem as armas e drogas eles nos chamaram. Nós fomos até lá e encontramos mais 13 tonéis, totalizando 15", disse a delegada Flávia Monteiro de Carvalho, explicando ainda que os tonéis estavam espalhados pela mata e nem chegaram a ser enterrados. "Segundo as nossas investigações esse material pertencia a uma facção criminosa que atua no tráfico de drogas no bairro Praia do Siqueira", completou ela.
Adaptador de uso restrito das Forças Armadas também foi apreendido   (Foto: Reprodução/ Inter TV)Adaptador de uso restrito das Forças Armadas
também foi apreendido (Foto: Reprodução/ Inter TV)
No total foram encontrados 39 pistolas, cinco revólveres, uma carabina, um adaptador de pistola, quatro rádio transmissores, uma capa para colete a prova de balas, 66 carregadores, 7.800 balas de diversos calibres, uma pedra de crack pesando dois quilos, 68 tabletes de maconha pesando um quilo cada e 65 tabletes de cocaína com o mesmo peso.
"Estamos encaminhando tudo hoje (quarta-feira) para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Rio de Janeiro. Vamos fazer diligências no local para tentar localizar os responsáveis e também para averiguar a possibilidade de haver outras coisas escondidas naquela região", disse a delegada da 126ª DP.
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O VELHO CHICO PEDE SOCORRO.

Seca ameaça transporte de balsas no Rio São Francisco, em Minas Gerais

Por causa da estiagem, o Velho Chico oferece riscos à navegação.
População ribeirinha teme a suspensão do transporte fluvial.

Do G1 MG com informações do MGTV 2ª Edição
A estiagem castiga e assusta a cidade de Itacarambi, no Norte de Minas Gerais. Quem vive às margens do Rio São Francisco depende das balsas que transportam alimentos, remédios e produtos de higiene para o município. Mas o serviço está ameaçado. Sem profundidade, por causa da seca, o rio oferece riscos à navegação. 
Nesta semana, o MGTV 2ª edição exibe uma série especial de reportagens, que mostra a situação do rio. Os repórteres Ricardo Soares, Alípio Martins e Sérgio Leite percorreram vários trechos do Velho Chico no estado, para mostrar como a seca impactou o rio e quem vive perto dele.
A travessia ficou mais longa e bem mais demorada. Em vez de cruzar o rio em linha reta é preciso buscar caminhos SEGUROS, fazer manobras correnteza abaixo e voltar pelo canal perto da outra margem. Uma travessia que durava cinco minutos hoje dura meia hora.
O serviço de balsas de Itacarambi, no Norte de Minas, está ameaçado. Pode parar de uma hora para outra por causa da baixa vazão do Rio São Francisco. Em muitos pontos a profundidade não passa de 1,5 metro.
"Como é que nós 'vinha' na cidade comprar? Como é que nós 'atravessa' com saco de coisa aqui na cabeça? Tem os barquinhos mas os barquinhos cobram R$ 5 reais pra ir e R$ 5 pra voltar. Uma pessoa pobre, com salariozinho, onde é que acha tanto R$ 5 pra pagar?", lamenta a lavradora MARIA Aparecida Mota.
A Usina de Três MARIAS, que tem grande influência na vazão do São Francisco, pouco pode ajudar agora. A barragem está com menos de 10% da capacidade (8,8%).

"A NATUREZA QUANDO AGREDIDA NÃO RECLAMA, SIMPLESMENTE SE VINGA""

27/08/2014 06h00 - Atualizado em 27/08/2014 06h00

90 das 100 maiores cidades reduzem pouco ou nada o desperdício de água

Informação consta em levantamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil.
Há capitais que perdem mais de 70% da água tratada para consumo.

Cida AlvesDo G1, em São Paulo
Vazamento de água em rua de São Paulo (Foto: Victor Moriyama/G1)VAZAMENTO de água em rua de São Paulo (Foto: Victor Moriyama/G1)
Gráfico perda de água_versão final_ranking (Foto: Arte/G1)

 
Em época de seca e escassez de água, o ranking de saneamento básico divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Instituto Trata Brasil mostra que, das 100 maiores cidades brasileiras, 90 não conseguiram reduzir as perdas de água decorrentes de VAZAMENTOS, erros de medição, ligações clandestinas e outras irregularidades, entre os anos de 2011 e 2012. Nestas cidades, a redução das perdas foi nula ou de até 10%.
Os dados do estudo são do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades. A última atualização é referente a 2012.
O ranking considera perda aquela água que foi tratada e fornecida para consumo, mas que não foi cobrada porque se perdeu em VAZAMENTOS, foi roubada em ligações clandestinas ou teve erros na medição. Sem o retorno do dinheiro gasto com energia e produtos químicos para tratar a água, as empresas investem menos na melhoria do sistema.
Segundo o levantamento, em 62 das 100 cidades analisadas, se perdeu entre 30% e 60% da água tratada para consumo no ano de 2012. Em cidades como Porto Velho e Macapá, a cada 10 litros de água produzidos, 7 eram perdidos.
Somente quatro cidades conseguiram manter as perdas abaixo de 15%.
“Isso é preocupante vindo de cidades que têm poder econômico para resolver essas perdas e que deveriam impulsionar a melhora deste indicador, que tem uma influência grande na expansão do sistema de saneamento básico”, afirma o presidente-executivo da Trata Brasil, Édison Carlos.
Sobre as cidades com perdas acima de 70%, o presidente executivo do Trata Brasil afirma que o quadro é de “descontrole total”. “Não há controle de vazão, de pressão das linhas. As perdas são altíssimas”.
A Companhia de Água Esgoto do Amapá (Caesa) contesta o dado do ranking e afirma que metade da água tratada e consumida pela população da capital é perdida – o estudo afirma que as perdas são de 73,91%, o maior índice entre as 100 cidades avaliadas.
A Caesa calcula que deixa de faturar R$ 2,5 milhões mensais com as pessoas que não pagam tarifas e desperdiçam. Elas são, em sua maioria, moradores de áreas de periferia que não têm acesso à água encanada, segundo o diretor-presidente da autarquia, Ruy Smith.
Em Porto Velho, a presidente da Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd), Iacira Azamor, confirma que há perda de 70% da água tratada na capital. Segundo ela, um contrato para revitalização da rede de água visando reduzir as perdas será feito em setembro. A previsão é de que a obra seja concluída em um ano, reduzindo as perdas para 20%. “Hoje nosso grande problema são os furtos de água, o que também deve ser resolvido com esta obra”, afirma Iacira.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil elabora o ranking que avalia as condições de saneamento básico em 100 cidades brasileiras com mais de 250 mil habitantes. São analisados critérios como rede de fornecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, além das perdas de água.
Escassez
O presidente executivo do instituto explica que as perdas refletem diretamente no quadro de escassez, porque quanto mais água se perde, mais do recurso precisa ser retirado da natureza. “Esse problema tem de ser o foco das empresas de saneamento”, afirma Édison Carlos.
Cidade que atualmente enfrenta um longo período de seca, sendo abastecida pelo volume morto de reservatórios, São Paulo teve perda de 36% da água – com nenhuma redução das perdas, se comparado com 2011.
Se foram classificados os 100 municípios por ordem dos que mais perdem água, a capital paulista fica em 57º lugar.
A Sabesp rebateu os dados afirmando que, se considerado apenas os VAZAMENTOS, a empresa tem índices melhores que o de países desenvolvidos. “Esse indicador era de 20,3% no início de 2014 e já caiu para 19,8% em junho/2014. Nos melhores sistemas do mundo, como Japão e Alemanha, as perdas físicas estão em torno de 8%. No Reino Unido são de 16%, na Filadélfia (EUA) são 25,6%, na França, 26%, e na Itália, 29%”, informou a companhia em nota.
Ranking
Lideram o ranking do saneamento básico das 100 maiores cidades do país Franca (SP), Maringá (PR), Limeira (SP), Santos (SP) e Jundiaí (SP). A maioria das cidades que estão nos 20 primeiros lugares no ranking já universalizaram o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgoto.  
No outro extremo estão Porto Velho (RO), Ananindeua (PA), Jaboatão dos Guararapes (PE), Belém (PA) e Macapá (AP), com os piores resultados.
Das 20 cidades com melhor colocação no ranking, 16 estão no Sudeste. Apenas duas são capitais: Curitiba e Belo Horizonte. Entre as 20 piores há seis capitais: Porto Velho, Belém, Macapá, Teresina, Manaus e Natal. Veja o ranking completo aqui.
Metas
Pela primeira vez, o Instituto Trata Brasil fez uma projeção com as 20 piores e as 20 melhores cidades para saber se elas alcançarão a meta do governo de universalização do saneamento básico até 2033 – 92% da população com serviço de coleta e 86% do esgoto tratado.
Caso mantenham o ritmo de poucos avanços no setor, 19 das 20 piores cidades não alcançarão a meta – a exceção é Manaus. Entre as 20 melhores, 14 já atingiram a universalizazção, e outras 6 precisam manter o ritmo de investimento no saneamento para alcançar a meta do governo federal.
As 20 melhores e as 20 piores do ranking do saneamento
1- Franca (SP)
2- Maringá (PR)
3- Limeira (SP)
4- Santos (SP)
5- Jundiaí (SP)
6- Uberlândia (MG)
7- São José dos Campos (SP)
8- Sorocaba (SP)
9- Curitiba (PR)
10- Ribeirão Preto (SP)
11- Ponta Grossa (PR)
12- Taubaté (SP)
13- Londrina (PR)
14- Niterói (RJ)
15- São José do Rio Preto (SP)
16- Volta Redonda (RJ)
17- Praia Grande (SP)
18- Belo Horizonte (MG)
19- Uberaba (MG)
20- Piracicaba (SP)
81- Natal (RN)
82- Manaus (AM)
83- Várzea Grande (MT)
84- Cariacica (ES)
85- Aparecida de Goiânia (GO)
86- Belford Roxo (RJ)
87- Canoas (RS)
88- Juazeiro do Norte (CE)
89- Teresina (PI)
90- São Gonçalo (RJ)
91- Santarém (PA)
92- Gravataí (RS)
93- Duque de Caxias (RJ)
94- São João de Meriti (RJ)
95- Nova Iguaçu (RJ)
96- Macapá (AP)
97- Belém (PA)
98- Jaboatão dos Guararapes (PE)
99- Ananindeua (PA)
100- Porto Velho (RO)
Fonte: G1