quinta-feira, 13 de março de 2014

Polícia ocupa Vila Kennedy, no Rio, para instalação de UPP

13/03/2014 06h16 - Atualizado em 13/03/2014 07h08

Secretaria de Segurança disse que a comunidade foi ocupada em 20 minutos. 
Não houve resistência e nenhum tiro foi disparado.

Alba Valéria Mendonça e Guilherme BritoDo G1 Rio
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Retroescavadeiras do Batalhão de Operações Especiais (Bope) acompanham a operação para ajudar a remover as barricadas. (Foto: Guilherme Brito/G1)Retroescavadeiras do Batalhão de Operações Especiais (Bope) acompanham a operação para ajudar a remover as barricadas. (Foto: Guilherme Brito/G1)
O chefe de Estado Maior Operacional da Polícia Militar do Rio, coronel Paulo Henrique Moraes, informou que, por volta das 6h desta quinta-feira (13), a Vila Kennedy, onde será instalada a 38ª UPP do Rio, estava ocupada pelas forças de segurança. Segundo a Secretaria de Segurança, a comunidade foi ocupada em 20 minutos; não houve resistência e nenhum tiro foi disparado. Até as 6h50 não havia registro de presos e apreensões.
Ainda segundo Moraes, a UPP da Vila Kennedy terá 250 homens. Segundo ele, a comunidade é relativamente pequena, menos adensada que o Jacarezinho, Zona Norte do Rio, por exemplo.
Além dos dos 300 homens que estão participando da ocupação, outros 350 homens estão em “operaçoes satélites”, ou seja, estão em outras operações que estão sendo realizadas por outros batalhões, como na Favela Rola, na Zona Oeste do Rio, e no Morro do Chapadão, na Pavuna, no Subúrbio. O objetivo é evitar  a fuga dos bandidos da Vila Kennedy para outras localidades.
O coronel Paulo Henrique Moraes disse ainda que o fato da ocupação ocorrer no  meio da semana não é novidade. “Elas [ocupações] são organizadas para que sejam menos prejudicial para a população]. Segundo ele, a orientacao é para que os moradores levem a vida normalmente.
Segundo Moraes, a primeira avaliação da polícia indica que a UPP vai ser instalada na localidade conhecida como Largo do Leão. Ele também informou que operações de preparação para a instalação da UPP ao longo das últimas semanas já resultaram em 26 prisões.
Aulas suspensas
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 17 escolas e creches que funcionam na região tiveram as aulas suspensas e oito mil estudantes foram afetados pela medida. A Secretaria Estadual de Educação informou que duas escolas também suspenderam as atividades; 700 alunos ficaram sem aula.
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Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) patrulhavam vias próximas a comunidade, que tinham barricadas durante a madrugada. (Foto: Guilherme Brito/G1)Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) patrulhavam vias próximas a comunidade, que tinham barricadas durante a madrugada. (Foto: Guilherme Brito/G1)
Comboios chegaram às 5h
As polícias Militar e Civil do Rio começaram a ocupar na madrugada desta quinta-feira (13) a Vila Kennedy, comunidade na Zona Oeste do Rio. A ação prepara a região para receber a 38ª UPP da Região Metropolitana e a segunda da Zona Oeste — a primeira foi a do Batan.
Comboios formados por veículos policiais começaram a chegar na comunidade por volta das 5h, como mostrou o Globocop. Às 5h25, a Avenida Brasil foi fechada nos dois sentidos pela polícia, o que provocou a formação de trânsito no local. Às 5h39, momento em que o Bope chegava na comunidade, a via já estava liberada.
Cerca de 300 homens participavam da operação. Pela Polícia Militar, participam da operação o Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais (Bope). Eles contam com o apoio do Grupamento Aéreo Marítimo (GAM), o Batalhão de Ação com Cães (BAC), e o Batalhão de Policiamento de Vias Especiais (BPVE), já que a Vila Kennedy tem um trecho quase às margens da Avenida Brasil.
No Centro de Controle Integrado da Secretaria de Segurança acompanhavam a operação o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame; o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso; o comandante-geral da PM, tenente-coronel Luis Castro; além de representantes dos bombeiros e do Comando Militar do Leste.
De acordo com o comentarista de Segurança Pública Rodrigo Pimentel, nos primeiros momentos da operação, após o posicionamento dos policiais no interior da comunidade, o procedimento geralmente envolve a checagem de informações do Disque Denúncia, e depois uma varredura mais ampla.
Arte Vila Kennedy (Foto: Editoria de Arte/ G1)
Protesto
Na terça-feira (11), o clima ficou tenso na região. Segundo moradores, criminosos atiraram em transformadores da Light; houve falta de energia e protesto na Avenida Brasil. Moradores contaram que bandidos armados aproveitaram a falha para percorrer as ruas da favela fazendo ameaças. Tiros foram disparados e com medo muita gente se escondeu em casa.
Um grupo queimou pneus e formou barricadas na Avenida Brasil; a via chegou a ser fechada. Segundo a polícia militar, a manifestação de moradores foi contra a falta de luz. O comando da PM disse que o protesto não foi em represália ao plano de instalação da Unidade de Polícia Pacificadora. A segurança foi reforçado na comunidade.
De acordo com a Light, o abastecimento foi restabelecido por volta 20h30. A concessionária vai apurar o que provocou o problema.
Na manhã de quarta-feira (12) a situação era de aparente tranquilidade na comunidade. Mas, além do lixo espalhado, foram flagradas barricadas que podem ter sido colocadas por criminosos para impedir a entrada da polícia com carros.
Disputa de facções
Segundo o comentarista de Segurança Pública, Rodrigo Pimentel, a Vila Kennedy está sendo disputada por duas facções. Em função desta briga pelo comando, os moradores da região cobram da Secretaria de Segurança Pública a instalação de uma UPP há mais de três anos.
A comunidade tem cerca de 100 mil moradores. De janeiro a junho de 2013, a polícia prendeu mais de 200 criminosos na região. De acordo com o comentarista, após a instalação da UPP o índice de violência na área será reduzido.
A Vila Kennedy está parcialmente ocupada desde o dia 9 de fevereiro pelos agentes do 14º Batalhão da Polícia Militar.
Fonte: G1

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