quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

‘Vivemos um novo momento’, diz Patriota sobre Reino Unido

Chanceleres brasileiro e britânico divergem sobre Irã e soberania das Malvinas
Demétrio Weber
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O chanceler britânico e o ministro Patriota
Foto: AFP

O chanceler britânico e o ministro PatriotaAFP
BRASÍLIA - Ao receber nesta quarta-feira a visita do chanceler britânico, William Hague, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, fez questão de lembrar que a economia brasileira ultrapassou a do Reino Unido e é atualmente a sexta maior do planeta. Patriota destacou que a relação entre os dois países vive um novo momento e não hesitou em explicitar que o Brasil tem posição diferente da britânica, tanto em relação à soberania das Ilhas Malvinas — da qual Londres não abre mão —, quanto da aplicação de sanções econômicas ao Irã.
Ao falar do salto econômico, o ministro ressalvou que a renda per capita brasileira continua longe da britânica.
— O fundamental a salientar aqui é o momento que vivemos, qualitativamente diferente de outras épocas. Até mesmo porque o Brasil, hoje, passou a ser a sexta economia do mundo. O Reino Unido, a sétima. Claro que o Reino Unido com uma renda per capita muito mais elevada, tem uma qualidade de desenvolvimento que nós gostaríamos de poder também proporcionar à população brasileira — disse o ministro.
O colega inglês limitou-se a sorrir. Antes, Hague havia dito que o Brasil é um parceiro com importância crescente e que o governo britânico aumentou sua presença no país, com a abertura de um novo consulado em Recife, em novembro.
— Nós estamos convencidos de que os melhores dias de nossa relação com o seu país estão por vir — disse Hague, que reafirmou apoio à aspiração brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Para Patriota, o peso econômico do Brasil abrirá espaço para uma relação “entre iguais” com Londres. Ontem, na capital britânica, o premier David Cameron acusou a Argentina de “colonialismo”, por reivindicar a posse das Ilhas Malvinas, no litoral sul do Oceano Atlântico. Segundo Cameron, a população local prefere continuar sob o domínio britânico. Indagado sobre o tema, Hague, que se refere ao local como Ilhas Falkland, afirmou que a posição do Reino Unido consiste em defender o direito à autodeterminação dos habitantes das ilhas, incluindo seus “direitos humanos”.
Patriota lembrou que o Brasil, assim como os países da América do Sul e do Caribe, defende a soberania argentina. Ele afirmou ainda que o Brasil se mantém cético em relação ao efeito de embargos econômicos como o planejado pela União Europeia, que concordou em bloquear as compras de petróleo do Irã, mas ainda tenta definir a data de entrada em vigor do embargo.


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Fonte: G1 jornal da globo

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