domingo, 29 de janeiro de 2012

Enterrado corpo de professor de curso em prédio que desabou no Rio

29/01/2012 15h57 - Atualizado em 29/01/2012 19h15

Amaro Tavares ministrava curso de TI em edifício no Centro.
Corpo foi sepultado no cemitério de Inhaúma, no subúrbio.

Alba Valéria Mendonça Do G1 RJ
enterro (Foto: JADSON MARQUES/AE/AE)Professor Amaro Tavares foi sepultado em Sulacap
(Foto: Jadson Marques/AE)
Foi enterrado na tarde deste domingo (29), no Cemitério de Inhaúma, no subúrbio do Rio, Amaro Tavares, de 40 anos, professor que ministrava o curso de TI em um dos prédios que desabaram na noite de quarta-feira (25) no Centro da cidade.
A família não permitiu que imprensa acompanhasse do cortejo. Amaro deixou esposa e dois filhos. O caixão foi envolvido com uma bandeira do Vasco.
Pela manhã, o corpo do analista de sistema Gustavo da Costa Cunha, de 34 anos, também vítima do desabamento, foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste.

O pai de Gustavo, Severino Ferreira da Cunha Filho, de 60 anos, chorou ao lembrar que o filho, que era funcionário da TO, mas prestava serviço para a Petrobras, onde costumava trabalhar. Segundo o pai, ele foi  ao prédio  que caiu entregar um projeto.
Enterro Gustavo da Costa Cunha (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Corpo de Gustavo da Costa Cunha foi sepultado
em Sulacap (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
"Ele era um rapaz muito inteligente. Estava muito animado com um projeto que estava fazendo para o Metrô. Na segunda-feira (23), ele me falou pelo telefone, brincando que depois desse projeto iria até me dar um dinheiro, que ele ia ganhar muito dinheiro", contou Severino.
Gustavo era casado e tinha um filho de 1 ano chamado João Gabriel. O analista de sistema completaria 35 anos no dia 24 de fevereiro e era primo da esposa do ex-jogador da Seleção Brasileira de futebol Jorginho.
Outras vítimas
No sábado (28), três vítimas do desabamento foram sepultadas. Margarida de Carvalho foi sepultada no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul. O sepultamento de Margarida de Carvalho foi acompanhado por cerca de 20 pessoas. Familiares e amigos presentes ao enterro não quiseram falar com a imprensa.
(Segundo a polícia, ela não tem relação com a mulher do zelador do edifício Liberdade que também morreu no desabamento, foi enterrada nesta manhã, no Cemitério do Catumbi, no Centro, e tem o mesmo nome).
Mais cedo, o corpo de Alessandra Alves Lima, de 29 anos, funcionária de uma empresa de informática que funcionava em um dos prédios destruídos, foi sepultado no jazigo da família no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, no subúrbio.
Victor Lima (Foto: Jadson Marques/AE)Victor Lima, marido de Alessandra Alves Lima
(Foto: Jadson Marques/AE)
Na sexta-feira (27), a bolsa dela foi encontrada nos escombros e mais tarde seu corpo foi encontrado e reconhecido pela família. Ela falava com o marido Vitor Lima pelo MSN no computador quando, com o desabamento do prédio, a conexão foi cortada. Eles eram casados havia quase 3 anos.
A webdesigner tinha muitos planos para 2012, segundo o sogro Maurício Chirito, como engravidar e fazer uma viagem aos EUA com o marido. "Foi uma fatalidade. Ela saia as19h do trabalho, mas como tinha chegado atrasada decidiu ficar até 21h. Ela já estava saindo quando o prédio caiu", disse o sogro.
Cornélio e Margarida (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Cornélio e Margarida viviam juntos havia quase 30
anos (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Também no sábado, foi sepultado o corpo de Margarida Vieira de Carvalho, de 65 anos. Ela era mulher de Cornélio Ribeiro Lopes, zelador do prédio de 20 andares, que também morreu no desabamento.
O corpo de Margarida foi sepultado no Cemitério do Catumbi, no Centro. O casal vivia junto havia quase 30 anos e não tinha filhos. Mas Cornélio tinha uma filha de um outro relacionamento.
Enterros de sexta
O primeiro enterro de uma das vítimas dos desabamentos dos três prédios do Centro do Rio foi realizado na manhã da sexta-feira (27). Sob aplausos, o corpo de Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, foi sepultado por volta das 10h30 no Cemitério de Maruí, em Niterói, na Região Metropolitana.
Ele tinha 46 anos e trabalhava no departamento pessoal da empresa Tecnologia Organizacional (TO), que funcionava num dos prédios que desabou.
“Era um cara que dedicava aos irmãos, à família, ao pai e ao pessoal todo que está aí. O enterro dele tem bastante gente por ele ser um cara bom.  Um camarada novo, que estava sempre junto com todos, um homem de igreja, um homem temente a Deus”, disse o eletricista de auto Roberto de Oliveira, amigo da vítima.
Cabral era casado e deixa um casal de filhos. Mais de cem pessoas, entre parentes  e amigos, acompanharam o funeral mesmo debaixo de chuva.
Zelador prédio Rio (Foto: Marcos de Paula/AE)Sandra chora no caixão do pai, Cornélio Ribeiro
Lopes, zelador prédio que ruiu no Rio
(Arquivo/Foto: Marcos de Paula/AE)
Zelador
O corpo do zelador Cornélio Ribeiro Lopes, de 73 anos, foi enterrado por volta das 15h de sexta, no Cemitério São João Batista, em Botafogo. Cerca de 30 pessoas acompanharam o sepultamento.
Ele trabalhava havia 20 anos como zelador e vivia no último andar do edifício. A filha do casal, Sandra Maria Ribeiro, evitou falar sobre a tragédia. "Não estou culpando ninguém", disse ela.
Amiga da família de Cornélio há mais de 20 anos, a aposentada Beatriz Ferreira de Souza, de 64 anos, contou que antes de ser zelador ele era cozinheiro. "Era uma pessoa muito boa, alegre, muito trabalhador", descreveu ela.
Enterro de advogado que morreu no desabamento (Foto: Bernardo Tabak/G1)Enterro de advogado que morreu no desabamento
(Foto: Bernardo Tabak/G1)
Advogado
O advogado Nilson Assunção Ferreira, de 50 anos, foi enterrado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Portuária, por volta das 16h30 de sexta. Ele trabalhava num dos três prédios que desabaram.
Com uma bandeira do Fluminense envolvendo o caixão, o corpo de Nilson foi velado por cerca de 150 amigos e familiares que aplaudiram o advogado e rezaram uma Ave Maria.
“O sentimento da família é de perda total. É uma família destruída. Ele tem dois filhos, duas netinhas, a esposa, a mãe. Não tem palavra que resuma o sentimento de perda neste momento, porque foi uma tragédia, uma catástrofe”, disse Márcia de Assunção Ferreira, irmã de Nílson.
O filho de Nilson, o contador Everton Generoso Assunção Ferreira, de 24 anos, afirmou que acredita em duas hipóteses para o incidente: má conservação do prédio e uma obra que havia no nono andar. “Mas hipótese em que mais acredito é a da falta de manutenção por parte da administração do condomínio," disse Everton.
Fonte; G1

Um comentário:

  1. A tragédia do Rio de Janeiro abalou o mundo. Muitas vidas foram ceifadas sem uma explicação lógica, nós é que não nos damos contas, mas, as vidas que são ceifadas no nosso país todos os dias são maiores da que as que são consumidas por todas as guerras existentes no mundo. No Brasil, por improdência, impericia e negligência, morre ,ilhares de pessoas por ano e nossas autoridades,fingem que fiscalizam e as mortes fingem que diminuem. Uma pena, pois, enquanto isso, vidas inocentes se vão como água de um rio correndo para um oceano. Os meus sinceros sentimentos a todos os parentes das vítimas desse desagradável epsódio, tragédia, e que Deus abençoe a todos confortando-os nessas horas dificeis.

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