segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ana Maria entrevista bombeiro que salvou uma vítima em desabamento no Rio





Na semana passada, o desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro causou pânico na cidade. Ao todo, 17 mortes estão confirmadas e já foram retirados 45 mil toneladas de entulho do local, que hoje foi aberto à passagem de pedestres.

No Mais Você desta segunda, 30 de janeiro, Ana Maria recebeu o bombeiro Daniel Pinho, que salvou uma vítima na tragédia.“Hoje, o centro do Rio de Janeiro tenta retomar a sua vida normal. A área atingida pelos desabamentos na última quarta-feira foi liberada! Bombeiros ainda buscam cinco corpos nos escombros levados para Caxias. Segundo a Defesa Civil, não existe um prazo para o encerramento das buscas no local”, enfatizou Ana Maria, que apresentou ainda uma pequena retrospectiva feita pelo repórter Felipe Suhre no centro do Rio.

Psiquiatra explica o que acontece com o nosso corpo na hora do pânico

A partir desta tragédia, Ana Maria questionou o que se passa no corpo de um ser humano na hora do pânico e do desespero. O psiquiatra Eduardo Ferreira Santos esclareceu este tipo de dúvida. Ele é especialista em estresse pós-traumático: “O corpo inteiro treme e o coração dispara por conta da musculatura querer correr. Qual é a melhor atitude a tomar quando eu não consigo pensar direito?”, o especialista explicou.

“Quando existe uma ameaça, a pessoa tende a produzir uma substância chamada adrenalina, que a prepara para enfrentar ou fugir desta ameaça”, enfatizou. “Esta adrenalina faz com que haja uma dilatação das pupilas e a musculatura fica pronta para correr, seja para cima do que está ameaçando, seja fugindo dele. Ela age muito mais intuitivamente do que cerebralmente”, contou.O psiquiatra destacou ainda que algumas pessoas têm o poder de controlar esta adrenalina, mas a grande maioria é incapaz. ”A pessoa perante uma situação sem saída, geralmente toma atitudes sem sentido”, alertou.

Eduardo explicou ainda que dois tipos de transtornos podem acontecer: o estresse agudo, que gera tremedeiras e sequelas nas pessoas que passaram por algum tipo de perigo, e o estresse pós-traumático, que começa a partir de dois meses depois do trauma, ocasionando insônia e outros tipos de reações, sem que a pessoa o associe ao acontecimento.

Entrevista com o bombeiro

Na casa, Ana Maria recebeu o bombeiro Daniel Pinho. Ele começou a conversa falando sobre medo. “Nós somos pessoas comuns, temos medo também, somos pessoas normais. O que acontece é que nós temos um preparo para quando chegar ao local, avaliar a primeira cena, pensar na nossa segurança e raciocinar sobre o que deve ser feito. Na tragédia da 13 de maio, eu lembro que cheguei e a primeira coisa que pensei foi no 11 de setembro. Lembrei da minha família e pensei: ‘Será que vai acontecer a mesma coisa que aconteceu com os bombeiros de Nova Iorque?”, relatou ele.

Daniel Pinho declarou também o seu amor à profissão. “Bombeiro é o único emprego da minha vida. Onde eu morava, tinha uma esquina com muitos acidentes, e eu sempre via o bombeiro chegando e resgatando as pessoas. Eu acredito que todo homem, quando criança, tem o sonho de ser bombeiro”.

Ana destacou que o salário dos bombeiros é de R$ 2 mil, o mais baixo da União. “Ali, na hora, a gente não pensa em salário, a gente só pensa em salvar, nos salvar e fazer o nosso trabalho. Nós somos bombeiros e só quem veste essa farda sabe o que estou dizendo. Eu acredito que muitas coisas boas ainda virão ao Corpo de Bombeiros do Rio. É a minha família, é de alma”, orgulhou-se ele.

Em relação ao salvamento do zelador Marcelo, Daniel Pinho, que foi o herói do caso, narrou: “O Marcelo caiu com um prédio de dez andares, ele pensava que estava no sexto andar. Ele estava recolhendo lixo. Acho que ele ficou no único lugar possível para que uma vítima sobrevivesse no desabamento de um prédio de dez andares”. Em seguida, Ana Maria agradeceu ao bombeiro pela participação no programa.
Fonte : G1

Um comentário:

  1. Enquanto os nossos heróis trabalham diuturnamente em busca dos corpos que ainda não foram encontrados nos escombros da tragédia no Rio de Janeiro, outros estão reunidos tentando ver se sensibilizam o governador a dar um aumento justo para a classe que ganha cerca de R$ 1.000.00 (mil reais) mensais. É um absurdo ter uns profissionais da categoria, do profissionalismo, que tem o compromisso com o esultado, esses profissionais que salvam vidas, não são valorizados o quanto meressem. Parabéns a estes profissionais que heroicamente buscam salvar vidas vinte e quatro horas por dia sem ao menos se incomodar com a sua própria. que anda por um fio diuturnamente.

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