publicado em 08/11/2011 às 10h43:
Texto:
Julia Carolina, do R7
Os 70 estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que foram detidos durante a desocupação da reitoria na manhã desta terça-feira (8) terão de pagar uma fiança de cerca de R$1.050. O valor, segundo o delegado seccional da Central de Flagrantes, Dejair Rodrigues, foi estipulado pela autoridade policial, mas pode ter alguma mudança de acordo com a situação financeira de cada aluno.
Leia mais notícias no R7
Veja como ficou a reitoria após a ocupação
Veja mais imagens da retirada
Segundo Rodrigues, todos os detidos devem responder por dano ao patrimônio, desobediência e crime ambiental - porque o prédio da reitoria estava pichado. Ele ainda informou que os alunos vão passar por exames de corpo de delito e devem permanecer na delegacia até o pagamento da fiança.
Reintegração
A ação de reintegração de posse, autorizada pela Justiça, foi iniciada por volta das 5h20 no campus na zona oeste de São Paulo. No total, 70 alunos foram detidos, a maior parte por se recusar a sair do imóvel. O acampamento era uma forma de protesto contra a presença da PM na área da universidade.
Todos os detidos - 24 mulheres e 46 homens - foram levados para o 91º Distrito Policial em dois ônibus. Antes, eles passaram por uma revista, na qual, segundo a polícia, não foram encontradas armas nem drogas. Duas viaturas foram apedrejadas no início da reintegração de posse. Cerca de 400 homens da polícia participaram da ação.
Após o esvaziamento do prédio, a perícia deve vistoriar o local. A polícia deve continuar no campus para garantir que não haverá novas invasões.
Agressão
Durante a madrugada, alguns dos estudantes agrediram os profissionais da imprensa que acompanhavam a invasão do prédio. Uma pedra foi arremessada contra a câmera do cinegrafista Marcos Vinícius, do SBT, e atingiu de raspão a cabeça de Fábio Fernandes, cinegrafista da TV Record. Ainda no empurra-empurra, o cinegrafista Alexandre Borba, também da TV Record, teve a alça da câmera puxada, causando a queda do equipamento.
O fotógrafo Cristiano Novaes, da agência CPN, foi agredido a chutes e teve a máquina tomada pelos invasores, que resolveram devolvê-la posteriormente ao repórter fotográfico. A confusão teve início durante uma discussão entre os jornalistas e os invasores do prédio.
Assim que a poeira abaixou um pouco, um dos estudantes, que se identificou como Eduardo, disse que repudiava a atitude dos agressores e que aquilo não representava o posicionamento do movimento em relação à imprensa.
Em nota divulgada no início desta madrugada, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que "a presença da PM não garante a segurança na universidade".
No comunicado, o DCE também afirma: "Não é de hoje que temos propostas para um outro plano de segurança dos campi da USP: aumento da circulação de pessoas e integração da universidade com a sociedade (contra a "catracalização"), maior iluminação, aumento dos ônibus circulares, uma Guarda Universitária preventiva, gerenciada pela comunidade, com treinamento voltado para os Direitos Humanos e aumento do seu efetivo, principalmente feminino".
Uma nova manifestação foi marcada para as 12h desta terça-feira, na frente do prédio da reitoria.
Entenda o caso
A ocupação foi feita por um grupo de alunos, por volta da 0h30 de quarta-feira (2), após assembleia que determinou o fim da ocupação do prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas), que era ocupado em protesto contra a prisão de três alunos que foram pegos com maconha no campus.
As principais reivindicações dos manifestantes que invadiram a reitoria são a suspensão do contrato entre a universidade e a SSP (Secretaria de Segurança Pública) - que aumentou o efetivo da Polícia Militar no campus - e a anulação dos processos administrativos que alunos e funcionários sofrem desde outros protestos.
Assista ao vídeo:
O LADO MARGINAL QUE ESTÃO CAMUFLADOS NA ESCURIDÃO DO AMOR PRÓPRIO DE CADA UM DESSES ALUNOS, ESTÃO ESTAMPADOS NAS IMAGENS FEITAS POR ELES MESMOS E PELA MANEIRA QUE AGREDIRAM A POLÍCIA MILITAR, A IMPRENSA, E TODA A SOCIEDADE BRASILEIRA, LEVARAM UMA IMAGEM HORRIVEL PARA TODO MUNDO. PESSOAS QUE SE DIZEM RACIONAIS E LETRADAS QUE DESTRÓEM A PRÓPRIA ESCOLA, SEU PRÓPRIO PATRIMÔNIO, NÃO PODE SER NORMAL. EU DEIXO AQUI AS MINHAS SINCERAS DESCULPAS A TODAS AS PESSOAS DO MUNDO QUE ASSISTIRAM ESSA BARBÁRIE, PESO POR ELES, POIS NÃO CREIO QUE TERIAM CORAGEM DE SE REDIMIR.
ResponderExcluir