segunda-feira, 16 de maio de 2011

Todos querem mais de 100% porque os salários estão defasados para todos

Em nova manifestação, bombeiros se reúnem com presidente da Alerj

Secretário de governo também participa de encontro nesta manhã.
Bombeiros reivindicam melhoria nas condições de trabalho.


Do G1 RJ
Lideranças de associações dos bombeiros se reúnem, na manhã desta segunda-feira (16), com o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Paulo Melo, e o secretário de governo, Wilson Carlos Carvalho, para discutir as reivindicações da classe, que realiza protestos há quase um mês.
A reunião, segundo a assessoria de imprensa da Alerj, teve início por volta das 9h40. Os manifestantes fazem protesto na escadaria da Alerj nesta manhã.
O grupo pede o cancelamento de inquéritos abertos contra eles, auxílio transporte para os bombeiros militares e melhores condições de trabalho. Além disso, os bombeiros reivindicam o aumento do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil no lugar de gratificações e que seja reconsiderada a decisão do comando geral que, segundo os manifestantes, teria transferido 36 servidores, como retaliação, por participarem dos atos de protesto.
Centro de afogados é montado em praia (Foto: Thamine Leta/G1)Centro de afogados montado em praia vai funcionar
nos finais de semana (Foto: Thamine Leta/G1)
Contratação de civisCaso a greve dos bombeiros do Rio não se encerre até esta terça-feira (17), o Governo do Estado vai iniciar a contratação temporária de guarda-vidas civis para suprir a falta de profissionais em postos de atendimento. A informação foi confirmada no sábado (14), pelo Secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, durante visita ao Centro de Recuperação de Afogados, em Ipanema, na Zona Sul da cidade.
“Se a situação não se normalizar até quarta-feira, configura-se o crime de deserção, já que os profissionais estarão sem trabalhar há sete dias. A partir de terça, se a paralisação continuar, vamos iniciar a contratação de guarda-vidas temporários, faremos como São Paulo faz em épocas de grande movimento, reforçar o contingente com civis”, explicou o secretário.
Bombeiros presosNa sexta-feira (13), a Justiça decretou a prisão de cinco bombeiros que seriam líderes da greve da corporação no Rio. De acordo com o secretário, um capitão foi preso e outros quatro bombeiros são considerados foragidos, pois não foram encontrados em suas residências.
Segundo o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, a adesão à paralisação chega a aproximadamente 75% em todo o estado. No entanto, segundo as autoridades, todos os postos de salvamento estão funcionando e possuem profissionais qualificados para casos de emergência. “É um movimento criminoso e irresponsável contra a população do Rio. É faltar com um serviço essencial”, disse Manchado.
O secretário informou que dois Centros de Recuperação de Afogados foram montados. Um em Ipanema e outro em São Conrado, também na Zona Sul do Rio. Os centros funcionarão durante os fins de semana até que o contingente da corporação volte ao normal.
Guarda-vidas
Segundo os autos do inquérito policial militar, os acusados, através de um movimento que, inicialmente, visava buscar por melhores condições de trabalho e melhorias salariais, passaram a promover o incitamento de outros militares, principalmente os bombeiros militares dos Grupamentos Marítimos, a cometerem diversos crimes militares.
“Os militares aderentes ao movimento vêm abandonando suas funções de defesa civil, deixando exposta a população carioca e seus visitantes, que, por exemplo, nas praias, como tem sido noticiado em toda a mídia, não têm contado com a imprescindível presença dos guarda-vidas do G-Mar, sujeitando a risco de morte os seus frequentadores”, disse a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros.
Governador critica greve
O governador do Rio, Sérgio Cabral criticou a manifestação dos bombeiros na quinta-feira (11). Segundo Cabral, o comando da corporação acompanha os protestos e pode haver punições. O governador afirmou que os protestos seriam liderados por um militar que já trabalhou com um político e classificou a manifestação de "ato político".
"Meia-dúzia de 30 pessoas estavam impedindo que milhares de pessoas se locomovessem, impedindo a mobilidade dessas pessoas. O comando está identificando quem são os líderes, porque quando você abandona o seu trabalho para fazer esse tipo de prática, está, primeiro, desrespeitando o regimento da corporação. Isso está sendo cuidado pelo secretário e o comandante do Corpo de Bombeiros. Agora, infelizmente tem um incitamento por trás. Temos informações de político estimulando, pagando ônibus, pagando coisas. É lamentável", disse.

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