quinta-feira, 19 de maio de 2011

MEIO AMBIENTE A PREOCUPAÇÃO MUNDIAL. NÃO SÓ COM A AMAZÔNIA

 
Edição do dia 13/05/2011
14/05/2011 00h53 - Atualizado em 14/05/2011 00h54

Fiscalização e tecnologia combatem


desmatamento na floresta amazônica

Em 2009, o Brasil assumiu um compromisso na conferência da Onu sobre o clima: reduzir o desmatamento ilegal em 80%, até 2020. 

Sandra Passarinho
Uma outra arma para combater o desmatamento está no espaço: o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpa) e a Ong Imazon utilizam satélites para observar toda a floresta. Eles não estão ao alcance dos olhos de quem destrói a mata
Mas revelam onde estão os desmatamentos, que aparecem nas imagens gravadas pelos computadores. Os principais alvos são Pará, Mato Grosso e Rondônia, onde há mais destruição da floresta.
O Governo Federal fez um levantamento dos principais desmatadores, e o Ministério do Meio Ambiente ajuda os municípios que desejam sair da "lista suja".
“8% do PIB brasileiro é gerado na Amazônia e 35 a 50% do problema ambiental é gerado na Amazônia, então esse modelo é claramente reprovado e prejudica os interesses do próprio Brasil”, diz pesquisador da ONG Imazon, Beto Veríssimo.
O primeiro município que saiu da lista foi Paragominas, no Pará. A equipe foi a uma carvoaria que fazia atividades ilegais, além do desmatamento. O sistema de alerta do Imazon localizou o ponto e enviou as coordenadas para a secretaria municipal de Meio Ambiente que embargou a área.
“Identificar o desmatamento, você identifica o passivo, você identifica um dano. Isso não é o suficiente. O interessante é chegar ao agente causador daquele dano e responsabilizá-lo”, explica pesquisador da ONG Imazon, Paulo Amaral.
Em 2009, o Brasil assumiu um compromisso na conferência da Onu sobre o clima: reduzir o desmatamento ilegal em 80%, até 2020. Para cumprir a meta, além da tecnologia, o governo restringe o crédito para agricultores que não respeitam as leis ambientais.
Em São Felix do Xingu, foi criado um Cadastro Ambiental Rural - o CAR - um registro que identifica propriedades onde não se destrói a natureza.
Em um ano, o número de cadastros em São Félix passou de apenas 17 para 2,6 mil. O município tem cerca de seis mil fazendas. O sindicato dos produtores rurais acha que o CAR é vantajoso e tenta convencer todos os fazendeiros a aderir:
“A minha área é totalmente legalizada, eu vejo que a sua produção é mais valorizada, todo o que você vai vender é aceito, não tem mais desconfiança”, explica o presidente do Sindicato de Produtores Rurais, José Wilson Alves Rodrigues.
Com a ajuda da Ong TNC Brasil, que tem uma parceria com o governo estadual, o fazendeiro Pedro Rodrigues vieira aprendeu a criar o gado sem destruir a mata.
Um terreno está sendo preparado pra virar uma área de pasto que o pessoal da fazenda chama de piquete. O gado circula por vários desses piquetes onde a terra é sempre reciclada e esse processo é que evita o desmatamento da floresta na busca de novos pastos. “Muitas vezes eles acham que dá trabalho, mas o lucro é maior”.
Ambientalistas dizem que as novas políticas e a tecnologia controlaram o ritmo do desmatamento, mas não acabaram com ele. É preciso mais. A bola está agora com o congresso nacional que está discutindo a reforma do Código Florestal.
O novo texto deve mudar as regras sobre quais áreas o agronegócio pode ou não desmatar. Enquanto a decisão não sai, muitos cientistas torcem para deputados e senadores não esquecerem que a atividade econômica sustentável é tão importante quanto a beleza da floresta viva.
“A floresta é um excelente negocio e será ainda no futuro. Isso porque num mundo aquecido, aquele que manter preservado suas florestas vai ter um patrimônio de valor inestimável pra manutenção do equilíbrio climático não só regional, mas também global”, diz o pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Paulo Moutinho.

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