sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Justiça condena mais dois réus da 'Chacina de Felisburgo'

24/01/2014 06h50 - Atualizado em 24/01/2014 10h28


Julgamento foi no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte.
Francisco de Oliveira e Milton de Souza pegaram pena de 102 anos.

Do G1 MG
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A Justiça condenou a 102 anos e seis meses de prisão, na madrugada desta sexta-feira (24), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, os réus Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de Souza que foram julgados pela morte de cinco pessoas em um acampamento sem-terra em 2004. Os crimes ficaram conhecidos como "Chacina de Felisburgo”. Eles eram acusados de homicídio qualificado e incêndio. Outras duas pessoas, entre elas, o suposto mandante do crime, Adriano Chafik Luedy, foram condenados em outubro do ano passado.
Foram duas horas de reunião do Conselho de Sentença. O juiz Glauco Soares começou a ler a decisão à 1h20. Apenas Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira estava presente já que Milton Francisco Souza passou mal no início da noite, foi atendido em uma unidade de saúde e não voltou ao tribunal.
Pessoas que acompanhavam o julgamento comemoraram a decisão. Os dois receberam a mesma pena em regime fechado, mas o advogado dos réus entrou com recurso para os clientes responderem em liberdade. O juiz aceitou o pedido e Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira saiu do fórum sem ser algemado.
"A Consitituição Federal reza que toda pessoa só pode ser presa depois do trânsito em julgado. O juiz nada mais fez que cumprir a Constituição", disse o advogado Heleno Batista Vieira. 
"O Ministério Público está satisfeito porque a condenação foi em tudo. Amanhã ou depois vou fazer o pedido de prisão dois dois, igual fiz nos outros dois, e aguardar o TJ, STJ, STF decidirem acerca dessa prisões", explicou o promotor de Justiça Cristiano Leonardo Gonzaga Gomes.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 20 de novembro de 2004, pistoleiros invadiram um acampamento de sem-terra, na Fazenda Nova Alegria, emFelisburgo. Cinco pessoas  foram mortas, 12 ficaram feridas e 27 barracos foram queimados.
Nove anos depois, o fazendeiro Adriano Chafik, apontado como mandante do massacre, foi condenado a 115 anos de prisão. Washington da Silva, funcionário dele, a 97 anos e 6 meses. Mesmo com a condenação, os dois conseguiram sair do tribunal, em liberdade, por meio de um habbeas corpus.
Um quinto réu, Adimilson Rodrigues Lima, morreu antes de ser julgado. Segundo a promotoria, outros 11 aguardam julgamento, mas todos estão foragidos.

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