domingo, 15 de abril de 2012

Rebelião em complexo de segurança máxima de Aracaju completa 8h

15/04/2012 22h05- Atualizado em 15/04/2012 22h08

Mais de 400 detentos estão rebelados. Muitos estão no telhado do presídio.
128 visitantes entre mulheres e crianças foram impedidos de sair.
 
A rebelião no Complexo Penitenciário Advogado Antônio Jacinto Filho, no Bairro Santa Maria, na Zona Sul de Aracaju (SE), já dura 7 horas. Todos os 476 internos estão rebelados desde as 14h deste domingo (14). Por volta das 19h30, eles destelharam parte do complexo e subiram nos telhados, de onde acenam para familiares que estão em frente à unidade.
(O G1 SE havia informado no meio da tarde deste domingo (15) que 15 presos haviam conseguido fugir, no entanto, a informação passada por policiais que estavam no local, não foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça de Sergipe, que atendeu à imprensa somente às 18h, ou seja, quatro horas depois da rebelião ter começado. Outra informação não confirmada pela assessoria, diz respeito à morte de um dos detentos, porém, um carro do Instituto Médico Legal chegou a ser acionado para o local. As informações foram corrigidas).
No início da noite deste domingo (14), reforço policial foi solicitado, e mais homens da Polícia Civil se juntaram aos 130 de diversos núcleos da Polícia Militar que já estavam no local desde o início da tarde. Viaturas do Grupamento de Choque e do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foram retiradas das imediações. Ainda não se sabe se a medida foi para atender a um pedido dos rebelados. Equipes da Companhia de Radiopatrulha (RP) e Policiamento de Trânsito (CPtran), Grupamento Tático Aéreo (GTA), e Corpo de Bombeiros permanecem posicionadas em frente ao complexo.
Três agentes penitenciários são mantidos reféns e 128 visitantes, sendo mulheres e crianças, foram impedidos de sair. Um dos agentes ficou ferido ao pular o muro de 5 metros para fugir logo no início da rebelião. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) e encaminhado ao Hospital de Urgência de Sergipe, na Zona Oeste da capital sergipana, com ferimentos nas pernas e na coluna em decorrência da queda logo no início da rebelião. Por volta das 15h, agentes que estavam de folga receberam o chamado para retornar ao trabalho.
O clima continua tenso e os detentos estão armados com escopetas, que foram roubadas da sala de armas, bem como uma pistola de choque, além de armas brancas de fabricação caseira. Durante a tarde, diversos colchões foram queimados pelos internos, em vários pontos da unidade. A gritaria no interior do complexo podia ser ouvida facilmente no lado de fora da unidade.
Negociações
Um núcleo de negociação formado pelo capitão Marcos Carvalho, do Núcleo de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, o secretário da Justiça de Sergipe, Benedito Figueiredo e o promotor da 7ª vara criminal, Luiz Claudio Almeida Santos, está em uma área de segurança onde negocia através de rádios comunicadores, com um grupo de presos que estão no comando da rebelião.
Às 18h15, os internos informaram ao negociador que o motivo da rebelião seria os constantes espancamentos sofridos por eles, por parte de policiais. Eles disseram ainda que irão entregar uma lista com todos os nomes dos envolvidos nos casos de agressão, ao promotor de justiça Luiz Claudio Almeida dos Santos.
Por volta das 20h30, as luzes foram cortadas a pedido da polícia. As negociações prosseguem via rádio, e ainda não há previsão de término da rebelião
Gonte: G1 SE

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