quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Polícia volta atrás e nega participação do PR em ação que matou refém

 

Em entrevista coletiva, delegado negou participação da Polícia Civil do PR.
Incidente começou com morte de sargento na madrugada, em Gravataí, RS.

Do G1 RS

Após confirmar a participação de policiais civis do Paraná na operação que causou a morte de um refém na tarde desta quarta-feira (21), a Polícia Civil de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, voltou atrás. De acordo com o delegado Leonel Carivali, da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, a ação que resultou na morte do empresário Lírio Persch, de 50 anos, foi comandada por policiais gaúchos e não teve a participação direta dos agentes paranaenses.
Em Curitiba, a Polícia Civil do Paraná divulgou nota negando a participação na invasão de um cativeiro onde dois reféns eram mantidos por sequestradores em Gravataí. No texto, o órgão lamenta a morte do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, de 40 anos, atingido por tiros de metralhadora disparados por policiais paranaenses durante a madrugada, em um momento anterior ao cerco aos sequestradores.
Refém é morto em ação da Polícia Civil de Gravataí no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Refém morreu durante tiroteio entre policiais e sequestradores em Gravataí (Foto: Reprodução/RBS TV)
O sargento da Brigada Militar foi baleado na Avenida Planaltina, perto da ERS-020, em Gravataí, por volta da 1h30. Os disparos foram feitos por três policiais civis do Paraná que vieram ao Rio Grande do Sul investigar o sequestro de dois empresários. Segundo o depoimento dos policiais paranaenses, Ariel da Silva foi confundido com um assaltante. Eles teriam sido abordados pelo policial militar à paisana, empunhando uma arma.
O depoimento dos policias paranaenses, no entanto, não convenceu o comando da Brigada Militar. No início da tarde, a Justiça gaúcha acolheu o pedido da Promotoria de Justiça Criminal de Gravataí e determinou a prisão temporária dos três policiais civis paranaenses. Mas eles já haviam retornado para Curitiba, onde se apresentaram na Corregedoria de Polícia.
Refém é morto em ação da Polícia Civil de Gravataí no RS (Foto: Reprodução/RBS TV)Sequestradores tentaram fugir do cativeiro
em um Corsa (Foto: Reprodução/RBS TV)
Uma outra equipe do Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), a unidade da polícia paraense especializada em sequestros, veio ao Rio Grande do Sul. No início da tarde, policiais civis de Gravataí, com base informações repassadas por esses agentes, faziam buscas na cidade na tentativa de libertar os dois empresários que eram mantidos como reféns.
Segundo o delegado Carivali, a troca de tiros ocorreu quando os policiais de Gravataí cercaram o local do cativeiro. Os sequestradores tentavam sair da casa, localizada atrás da Câmara de Vereadores da cidade, a bordo de um Corsa branco. Eles avistaram uma viatura da Brigada Militar, que também estava no local e teriam começado a atirar. Os policiais revidaram: "Não foi feita uma abordagem padrão de cativeiro porque os policiais foram surpreendidos", explicou o delegado Carivali.
No confronto, Lírio Persch foi atingido e morreu no local. Ele e seu amigo Osmar Finkler, de 36 anos, vieram de Quatro Pontes (PR) ao Rio Grande do Sul atraídos por uma oferta falsa de venda de uma máquina agrícola, com preço bem abaixo do mercado. Quando chegaram a Porto Alegre, foram rendidos por uma quadrilha de sequestradores formada por gaúchos e paranaenses. De acordo com a polícia, o mesmo grupo já teria praticado outros casos de extorsão mediante sequestro.
Três sequestradores foram presos na ação. Outros dois ainda estão sendo procurados. No cativeiro, um sobrado alugada pelos bandidos, foram apreendidas armas e munição. A Polícia Civil afirmou que vai aguardar os resultados da perícia para determinar de que arma partiram os disparos que mataram o refém e atribuir as responsabilidades da operação desastrosa.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lamentou o incidente: "Foi uma ação profundamente ilegal e irresponsável. E como foi ilegal e irresponsável, ela está sob suspensão. Tem de ser examinado o que eles (policiais do Paraná) vieram fazer aqui e porque não tomaram as atitudes de entrar em contato com a nossa polícia." A Secretaria de Segurança do Paraná não quis comentar as declarações.
Fonte: G1

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