quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

COLARINHO BRANCO: QUEM DEVERIA ESTAR NA CADEIA ESTÁ TOMANDO CERVEJA TRANQUILO EM UM BAR.

28/01/2015 09h50 - Atualizado em 28/01/2015 15h27

Justiça de MG suspende benefício de ex-deputado condenado no mensalão

Decisão foi motivada por vídeo em que ele estaria bebendo cerveja, diz TJ.
Romeu Queiroz foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Pedro ÂngeloDo G1 MG
A Justiça mineira suspendeu o direito de trabalho externo e saídas temporárias do ex-deputado Romeu Queiroz, condenado a 6 anos e 6 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do mensalão, por causa de um vídeo em que ele aparece bebendo cerveja em um bar de Belo Horizonte (veja acima). Presos em regime semiaberto não podem consumir bebida alcoólica. A defesa considerou a decisão “injusta” e negou que Queiroz tenha bebido.
O ex-deputado cumpria pena no semiaberto – regime em que o preso pode trabalhar durante o dia e deve voltar à noite para a prisão. Ele está detido na Penitenciária José Maria Alkimin, na Região Metropolitana da capital mineira e trabalhava em sua empresa desde janeiro do ano passado.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a decisão cautelar, divulgada nesta terça-feira (27), é da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves. Com a decisão, que não representa uma regressão para o regime fechado, Queiroz não poderá sair do presídio.
O vídeo em que o ex-deputado aparece ingerindo bebida alcoólica foi encaminhado ao G1 peloVC no G1. No conteúdo, enviado por um advogado que preferiu não se identificar, Romeu Queiroz está sentado em um bar no bairro Lourdes, região nobre da capital mineira, acompanhado por um homem.
O advogado Marcelo Leonardo informou que havia pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ex-deputado cumprisse o restante da pena em casa. Conforme o criminalista, o direito não foi concedido pelo ministro Roberto Barroso, que entendeu que o condenado não havia comprovado o pagamento da pena de multa.
A progressão para o regime aberto é permitida após o cumprimento de um sexto da pena. Queiroz foi preso no dia 15 de novembro de 2013 e estava trabalhando em sua própria empresa desde janeiro do ano passado; a cada três dias de serviço, descontou um da pena.

Na decisão desta terça-feira, de acordo com o TJMG, a juíza Miriam Vaz Chagas determinou ainda uma audiência de justificação para a apuração do fato, marcada para o próximo mês de março. A magistrada encaminhou o ofício ao STF, para que a Corte informe a competência para julgar a regressão de regime.

A defesa de Romeu Queiroz disse que a decisão é “injusta”, por não dar ao ex-deputado oportunidade prévia de esclarecer o ocorrido. Segundo Marcelo Leonardo, o seu cliente nega que tenha ingerido bebida alcoólica. O advogado afirmou que vai recorrer da decisão, por meio de um agravo de execução.
Fonte: G1

CATÁSTROFE NO RIO GRANDE DO SUL DEIXA SALDO DE SETE MORTOS E UMA FERIDA. """O HOMEM FAZ A MÁQUINA E A MÁQUINA ESMAGA O HOMEM"""

28/01/2015 08h34 - Atualizado em 28/01/2015 10h38

'Total imprudência', diz policial sobre acidente com sete mortes no RS

Colisão ocorreu na BR-287, em Santa Maria, na noite de terça-feira (27).
Das oito pessoas envolvidas, apenas uma sobreviveu e está no hospital.

Estêvão PiresDo G1 RS, em Santa Maria
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acredita que a imprudência foi a causa das sete mortes ocorridas em um acidente de trânsito noite de terça-feira (27), em Santa Maria, na Região Central. Dois carros, um Monza e um Twingo, colidiram na BR-287. Seis pessoas que estavam no mesmo veículo morreram no local. O motorista do Twingo chegou a receber atendimento médico, mas também não resistiu aos ferimentos. Uma jovem de 16 anos sobreviveu à colisão e está hospitalizada, como mostra a reportagem do Bom Dia Rio Grande, da RBS TV (veja o vídeo).
As causas do acidente ainda não foram divulgadas, mas o policial rodoviário Daniel Pozobon Rigo sustenta que o condutor do Monza, onde estavam as vítimas, foi imprudente ao transportar tantas pessoas no carro. Ele não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Apesar disso, segundo informações preliminares, foi o Twingo que invandiu a pista contrária e causou a colisão.
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Acidente em Santa Maria deixou 6 mortos na noite desta terça-feira (27) (Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV)Acidente em Santa Maria deixou sete mortos
na noite desta terça-feira (27)
(Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV)
“O que pode ter acontecido é uma distração ao volante por parte de alguns dos motoristas. O Monza levava sete ocupantes, dos quais seis faleceram. Isso foi total imprudência do condutor e dos passageiros. Eles não usavam cinto, até porque não há cintos suficientes para sete pessoas, e o condutor não tinha habilitação", explica o policial.
Foram encontradas bebidas alcoólicas dentro do Monza. Porém, conforme Rigo, não é possível afirmar se os ocupantes estavam consumindo a bebida. "Havia gelo e latas de cerveja. Acredito que eles estavam indo consumir essa bebida em algum lugar", diz ele.
Morreram no local João Paulo Pereira da Silva, de 29 anos, Lucas Silveira Marques, de 20 anos, Luan Patrick Farias, de 19 anos, Luciele Bitencourt Escobar, de 29 anos, Leandro Silva Dias, de 20 anos, e Jéssica Santos Bitencourt, de 16 anos. O condutor do Twingo, Pierry André de Oliveira, de 44 anos, chegou a ser levado para o Hospital Universitário de Santa Maria, mas não resistiu aos ferimentos. Ariele Padilha da Cruz sobreviveu ao acidente, passou por cirurgia e segue hospitalizada.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

A NATUREZA QUANDO AGREDIDA NÃO RECLAMA, SIMPLESMENTE SE VINGA. O CAOS RONDA O RIO DE JANEIRO,

26/01/2015 14h31 - Atualizado em 26/01/2015 21h11

Reservatório de Santa Branca, que abastece o RJ, atinge volume morto

É o segundo abastecedor do estado a secar em cinco dias, segundo ONS.
Pezão levará a Dilma plano para amenizar consequências da estiagem.

Marcelo ElizardoDo G1 Rio
Vista da represa de Santa Branca, que pertence a Bacia do Paraíba do Sul, em São Paulo, e está com 0,34% de volume útil nesta segunda-feira. A represa pertencente à Light e abastece parte do Rio de Janeiro.  (Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)Represa de Santa Branca, que atingiu o volume morto neste domingo. (Foto: Nilton Cardin/Estadão Conteúdo)
O reservatório de água de Santa Branca (SP), o menor dos quatro que abastecem o estado doRio de Janeiro, atingiu o volume morto neste domingo (25), informou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Este é o segundo abastecedor a ficar sem volume útil desde o início de 2015. Na quarta-feira (21), o reservatório de Paraibuna (SP), o principal do sistema, também esgotou seu volume útil.
O volume morto é a água que está abaixo do nível das comportas e que precisa ser puxada por bombas. Desta forma, as hidrelétricas são automaticamente desligadas. O volume morto do reservatório de Santa Branca tem 131,2 hectômetros cúbicos de água.
Desde quarta-feira (21), a hidrelétrica de Paraibuna foi desligada devido à quantidade insuficiente de água para geração de energia. A usina de Santa Branca também foi desligada ao atingir o volume morto.

(CORREÇÃO: Diferentemente do que informou o G1, a hidrelétrica de Paraibuna está desativada desde que a água atingiu o volume morto, na quinta-feira. A informação foi corrigida às 18h32)

A Secretaria de Estado de Ambiente informou que não vai fazer mudanças operacionais no sistema do Rio Guando, que retirar cerca 100 metros cúbicos de água por segundo do Rio Paraíba do Sul, através de uma transposição, por enquanto. Mas o secretário André Corrêa não descarta nenhuma medida que possa minimizar os efeitos da estiagem.

"Vivemos a maior crise hídrica dos últimos 84 anos. Continuo a pedir a colaboração de todos no uso racional da água", disse André Corrêa.

O secretário e o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), Jorge Briard, também vão se reunir com representantes de indústrias que captam água da bacia do Guandu para avaliar alternativas do consumo de água destas empresas. Segundo a secretaria, a prioridade é o abastecimento humano.
Pezão em Brasília
Nesta quarta-feira (28), o governador Luiz Fernando Pezão apresentará à presidente Dilma Rousseff, em Brasília, um plano para amenizar as consequências da estiagem. A proposta foi elaborada por técnicos da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e da Secretaria estadual do Ambiente.
Segundo a assessoria de imprensa do governo estadual, Pezão detalhará também um programa de reflorestamento das margens dos rios Paraíba do Sul e Guandu, além do projeto de saneamento da Região Metropolitana do Rio.
Segundo o governador, se a estiagem não terminar, "algumas cidades podem ser prejudicadas". A declaração foi dada no município de Italva, no Noroeste do Rio de Janeiro, durante o lançamento do programa Rio Emergencial Rural – conjunto de ações emergenciais para beneficiar pequenos produtores rurais já prejudicados pela falta de água.
Represas
Além de Paraibuna e Santa Branca, o sistema de abastecimento do Rio inclui Jaguari, também em São Paulo, e Funil, em Itatiaia, no Sul Fluminense.
Todos ficam dentro de hidrelétricas e, além de produzir energia, armazenam água para abastecimento do Rio Paraíba do Sul – que passa pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ao todo, quase 16 milhões de pessoas recebem água do Paraíba do Sul. A maioria do estado do Rio, incluindo a Região Metropolitana.
Segundo o boletim Diário da ANA, o nível médio da bacia do Rio Paraíba do Sul estava em 0,66% no domingo (25). Ele registra a média de água dos quatro reservatórios que abastecem o Rio. As hidrelétricas de Jaguari (1,72%) e Funil (3,75%) permanecem com volume útil. O último, no entanto, atingiu seu menor nível desde que foi criado em 1969(veja no vídeo acima)
Se comparado com anos anteriores, o atual nível da bacia do Paraíba do Sul está muito abaixo do normal. No boletim mensal de outubro de 2013, a média dos reservatórios era de 48,2%. Em 2009, o nível chegou a 80,8%.
Quatro reservatórios que abastecem o Rio estão com reservas baixas (Foto: Editoria de Arte / G1)
A crise hídrica que atinge o Rio é causada pela falta de chuva dos reservatórios que abastecem o estado. Uma peça-chave para entender o abastecimento não só do Rio, mas de todo o Sudeste, é a Bacia do Paraíba do Sul, que abastece 77 municípios, sendo 66 no Rio – 57 e mais 9 da Região Metropolitana – e 11 em São Paulo. O sistema leva água diretamente para 11,2 milhões de pessoas.
O Rio Paraíba do Sul resulta da confluência dos rios Paraibuna e Paraitinga, que nascem no Estado de São Paulo, a 1.800 metros de altitude, na Serra da Bocaina.
O curso da água percorre 1.150 km, passando por Minas Gerais e Rio de Janeiro, até desaguar no Oceano Atlântico em São João da Barra (RJ). Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de esgotos, irrigação e geração de energia hidrelétrica.
As águas de Funil também abastecem o reservatório de Santa Cecília, em Piraí (RJ), que integrado a outros reservatórios de Ribeirão das Lajes, vai abastecer o Sistema Guandu.
As reservas do Paraibuna, principal  reservatório do Rio Paraíba do Sul, ficaramabaixo do nível das hidrelétricas e, segundo a ANA, o reservatório passou a operar o volume morto – que não tem capacidade para gerar energia.
Mas ainda há volume suficiente para ser transposto para a bacia hidrográfica do Rio Guandu, que abastece de água mais de nove milhões de consumidores da Região Metropolitana do Rio.
Risco de racionamento
De acordo com a Cedae, companhia que abastece o Grande Rio, embora o Sudeste esteja enfrentando a maior crise hídrica dos últimos cem anos, o risco de racionamento ainda está afastado.
Segundo a empresa, nos últimos dois anos foram tomadas medidas como a redução da transposição de 190 mil metros cúbicos por segundo para 100 mil metros cúbicos por segundo. E mesmo assim, para abastecer a região Metropolitana, a Cedae só precisa captar 45 mil metros cúbicos de água por segundo.
Essas manobras, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente André Corrêa, já possibilitaram uma economia de aproximadamente 400 milhões de litros de água.
Há mais de um ano a Cedae veicula em rádios, jornais, TVs e redes sociais campanhas sobre o uso consciente da água, como jingle gravado por Martinho da Vila e comerciais com as personagens de animação Esbanja e Manera. Entre as dicas de economia, o consumidor deve fechar o chuveiro enquanto ensaboa o corpo durante o banho, fechar a torneira enquanto escova os dentes e não lavar calçadas ou carros com mangueiras.
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Pilotos de Campos fizeram trajeto de descida diferente do previsto, diz FAB

26/01/2015 17h45 - Atualizado em 26/01/2015 20h36


Para Aeronáutica, ainda não é possível indicar causa da queda de avião.
Agência de Aviação Civil diz que pilotos tinham licença e habilitação válidas.

Renan RamalhoDo G1, em Brasília
Imagem mostra o trajeto feito pelo piloto antes da queda (linha vermelha) e a trajetória recomendada (linha preta) (Foto: Reprodução/Cenipa)Imagem mostra o trajeto feito pelo piloto antes da queda (linha vermelha) e a trajetória recomendada (linha preta) (Foto: Reprodução/Cenipa)
A coleta dos dados sobre o acidente aéreo que matou o ex-candidato à Presidência da República Eduardo Campos em agosto do ano passado mostrou que os pilotos realizaram um trajeto diferente do oficialmente previsto para realizar o pouso, informaram durante apresentação realizada nesta segunda-feira (26), em Brasília, oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
AS AFIRMAÇÕES DO CENIPA SOBRE O ACIDENTE
Os pilotos fizeram um trajeto diferente do previsto na carta de recomendação
Ainda não é possível dizer que houve falha humana.
Estão descartadas colisões com aves, veículos não tripulados (Vants) ou outros objetos no ar.
Não houve incêndio na aeronave antes da queda
O avião não caiu de cabeça para baixo.
A velocidade do avião no momento do pouso era superior à recomendada.
O avião estava com uma inclinação de 38 graus negativos no momento da queda
O trem de pouso estava recolhido na primeira tentativa de pouso antes da queda
O áudio encontrado nas investigações não é o do dia do acidente..
Fonte: Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa)
Tanto na descida inicial para a pista da Base Aérea de Santos, quanto na arremetida (quando o avião sobe de volta no momento em que não consegue aterrissar na primeira vez), os radares captaram um percurso diferente do recomendado no mapa. Durante esse trajeto, a tripulação também não informou precisamente os locais por onde passava nos momentos em que isso é exigido.
Segundo o tenente-coronel Raul de Souza, o piloto fez trajeto "diferente" do previsto na carta. "A gente não pode concluir que ele tenha feito um atalho. Ele fez um procedimento diferente do que estava previsto", afirmou (veja na imagem acima).
A comparação entre o trajeto recomendado e o efetivamente realizado pela aeronave mostra que os pilotos “encurtaram” o pouso. Em vez de fazer um caminho dando uma volta no formato de um 8, eles tomaram uma rota manobrando à direita para descer o jato.
“O comum é seguir [a rota]. Está previsto em regulamento”, declarou  o chefe da Cenipa, Dilton José Schuck.
Os responsáveis pela análise, porém, disseram que ainda não é possível concluir se esse fator contribuiu para o acidente nem se houve erro dos pilotos.
Essa avaliação ainda será feita pelos técnicos da Cenipa, que não têm como atribuição apontar causas do acidente, mas fazer recomendações para evitar novas ocorrências e situações de risco.
Frase coordenador investigação do acidente de Eduardo Campos (Foto: Arte/G1)
No último dia 16, o jornal "O Estado de S. Paulo" afirmou que o acidente teria sido motivado por uma sequência de erros do piloto. "A gente não pode afirmar que houve falha humana ainda", afirmou o tenente-coronel Raul de Souza.
"Ainda estamos entrando nessa fase de análise para chegarmos às conclusões. Nós ainda vamos interpretar esses dados para a gente chegar ao momento em que a gente diga: 'sim, isso contribuiu" ou 'não, isso não contribuiu'", afirmou o chefe do Cenipa, brigadeiro-do-ar Dilton José Shuck.
Habilitação
De acordo com os documentos da tripulação, tanto o piloto, Marcos Martins, quanto o copiloto, Geraldo Magela Barbosa, tinham habilitação para voar em modelos anteriores (Cessna C560 Encore ou C560 Encore+), e não no modelo utilizado (um Cessna C560XLS+), mais moderno.
Paineis do modelo para o qual os pilotos tinham habilitação (esq.) e do modelo que conduziam (dir.)  (Foto: Reprodução / Cenipa)Paineis do modelo para o qual os pilotos tinham habilitação (esq.) e do modelo que conduziam (dir.) (Foto: Reprodução / Cenipa)
Para chegar à habilitação do modelo utilizado, o piloto deveria passar por um novo treinamento e o copiloto, por um curso completo sobre a nova aeronave. A distinção entre as habilitações para as diferentes aeronaves, no entanto, foi definida pela Anac pouco mais de um mês antes do acidente, no dia 3 de julho.
Questionado se isso desqualificava os pilotos para operar o avião, o major Carlos Henrique Baldin disse que não.
“Para nós do Cenipa, o mais importante é saber se estavam em condições de treinamento e qualificação compatíveis com aquele equipamento e com as condições de meteorologia. A questão de estar habilitado formalmente ou não não é tão importante assim, é questão mais administrativa. Tem que perguntar à Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] para saber, por que [a norma sobre habilitações] estava em transição. Habilitação é questão administrativa que a Anac tem que ver”, respondeu.
Anac
Em nota divulgada à imprensa após a apresentação da Cenipa, a Anac informou que piloto e copiloto tinham habitação válida para “operar todas as aeronaves desta família para as quais eles estivessem treinados”, o que inclui os três modelos do Cessna.
Segundo a assessoria de imprensa do órgão, somente no momento da renovação da habilitação, eles teriam que comprovar ter realizado um treinamento adicional para poderem continuar voando no modelo XLS+.
“O piloto e o copiloto estavam aptos e em situação regular para voar”, informou ao G1 a assessoria da Anac. Os registros do órgão mostram que, antes do acidente, o piloto Marcos Martins já havia realizado mais de 90 voos no modelo que caiu. A Anac ainda esclareceu que a norma que detalhou os tipos de habilitação para os modelos do Cessna foi feita para tornar o processo “ainda mais específico e completo”.
Condições técnicas
Durante a apresentação, o coordenador da investigação, tenente-coronel Raul de Souza, disse que as condições do avião e do clima eram suficientes para realizar um pouso seguro.
“Os motores funcionavam perfeitamente na hora do impacto e com potência”, afirmou. Além disso, não houve colisão com Vants (veículos aéreos não tripulados) nem com pássaros.
“Até agora a coleta de dados não identificou nenhuma falha técnica da aeronave. Com relação a falha humana, a gente não pode afirmar que houve falha humana ainda. Isso é a próxima fase da análise”, declarou o major Carlos Henrique Baldin, que também participa da investigação.
Familiares e partido
Após a exposição dos oficiais da Aeronáutica, o advogado da família de Eduardo Campos, José Henrique Wanderley Filho, divulgou nota na qual afirma que os parentes somente se pronunciarão após a conclusão das investigações.
O irmão do ex-governador, Antonio Campos,também divulgou nota com teor semelhante:    "Após a divulgação oficial das conclusões dos inquéritos civil e criminal, que ainda não ocorreu, e, após acesso completo ao relatório e das investigações do Cenipa, divulgadas hoje, irei me pronunciar sobre as causas do acidente que vitimou meu irmão Eduardo Campos".
O PSB, partido de Campos, afirmou em nota que também aguarda o fim da investigação. "A Direção Nacional do PSB informa ainda que não fará qualquer pronunciamento sobre notícias que tenham sido ou venham a ser veiculadas trazendo supostas conclusões ou mesmo análises parciais dos fatos, aguardando a divulgação dos laudos oficiais pelas instituições encarregadas das apurações."
Nota da Anac
Leia abaixo íntegra da nota da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre as investigações do acidente que matou Eduardo Campos.
Informações sobre investigação do PR-AFA         

                Brasília, 26 de janeiro de 2015 – A respeito das informações preliminares apresentadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre a investigação do acidente com a aeronave de matrícula PR-AFA na tarde desta segunda-feira (26/01), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) informa que continua acompanhando o andamento dos trabalhos realizados pelo órgão, inclusive como membro do grupo de investigação do acidente, e se coloca à disposição para auxiliar nas atividades em curso.
                Pilotos
                Sobre o piloto em comando e o copiloto, a ANAC informa que os profissionais estavam com licença e habilitação C560 válidas no momento do acidente, o que permitiria operar todas as aeronaves desta família para as quais eles estivessem treinados. O regulamento da ANAC prevê o treinamento de diferença específico para que seja permitido transitar entre os diferentes modelos de aeronaves, tais como a transição entre os modelos XLS e XLS+.
                Segundo os registros de voo verificados pela ANAC por meio do Sistema Decolagem Certa, o comandante Marcos Martins havia realizado mais de 90 voos no modelo da aeronave C560XLS+.
                 Instrução Suplementar
                A Instrução Suplementar IS 61-004, publicada pela ANAC em 03 em julho de 2014, definiu novos procedimentos sobre o tipo de registro a ser demonstrado pelo piloto em relação à habilitação necessária para operar cada modelo de aeronave, tornando o processo de habilitação de pilotos ainda mais específico e completo.
                Segundo a  IS, é necessário o registro de treinamento específico, junto à ANAC, para operação de cada modelo de avião. Essa adequação deve ser feita, para os casos de habilitações já emitidas, no momento de renovação da habilitação.                
                  Recomendação do Cenipa
                A ANAC também esclarece que aguarda o recebimento dos estudos técnicos que embasaram a recomendação emitida pelo Cenipa em 28/11/2014 e informa que segue zelando pelo fiel e correto cumprimento da Instrução Suplementar (IS) 61-004 que trata do registro a ser demonstrado pelo piloto em relação às habilitações necessárias para operação em cada modelo de avião, emitida em data anterior ao recebimento da recomendação.
Assessoria de Comunicação da ANAC
Gerência Técnica de Relações com a Imprensa
Fonte: G1