quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Professores da rede estadual decidem manter a greve, no RJ

02/10/2013 19h09 - Atualizado em 02/10/2013 19h09


Decisão foi tomada em assembleia realizada nesta quarta-feira (2).

Sepe informou que participará de ato contra violência na segunda-feira (7).

G1 Rio
Os professores da rede estadual do Rio de Janeiro decidiram manter a greve em assembleia realizada nesta quarta-feira (2). Os docentes estão em paralisação desde 8 de agosto. As principais reivindicações são reajuste de 28% - o governo já concedeu 8% - no salário, atuação em apenas uma unidade escolar e respeito ao plano de carreira. Uma nova assembleia foi agendada para terça-feira (8).

Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), os professores da rede pública participarão de um ato contra a violência e postura dos governos estadual e municipal perante as manifestações, na segunda-feira (7).

Na terça-feira (1º), o protesto dos professores terminou em confronto com a PM. Uma docente chegou a ir à 5ª DP (Mem de Sá) com um ferimento feio na perna para prestar queixa. O delegado informou que só a receberia após a professora, identificada apenas como Jane, ser atendida no hospital.

Prefeito sanciona plano municipal
O prefeito Eduardo Paes sancionou, nesta quarta, o projeto de lei do plano de cargos e salários dos professores do município do Rio. O projeto já havia sido aprovado nesta terça (1º) na Câmara de Vereadores. A novo plano foi publicado no Diário Oficial desta quarta.
Em nota, a assessoria de Paes afirmou que a aprovação na Câmara foi uma vitória para a o ensino público do município.

A votação na Câmara dos Vereadores ocorreu sob tensão dentro e fora do Palácio Pedro Ernesto. Os servidores da educação se revoltaram com a aprovação do projeto de lei pelos vereadores. Os professores pedem que todos os profissionais independente da carga-horária sejam contemplados pelo plano. Eles alegam que o novo plano incentiva a migração dos docentes para a jornada de 40 horas semanais. Entenda o impasse.
Nesse caso, segundo a categoria, o professor teria que pedir demissão de outra matrícula, ocasionando  perda salarial. A prefeitura explica que o plano contempla um aumento salarial de 12%, além de pequenas correções como  adicional de qualificação para o servidor do quadro de apoio.
Tumulto na Câmara
Do lado de fora da Câmara de Vereadores, o cenário era de praça de guerra. PMs do Batalhão de Choque lançaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. Vândalos usando máscaras quebraram agências bancárias e depredaram prédios provocando pânico nos trabalhadores que deixavam os prédios na Avenida Rio Branco.
Manifestante chuta bomba de efeito moral na direção dos policiais (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)Manifestante chuta bomba de efeito moral na
direção dos PMs (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Pelo menos seis pessoas foram detidas no ato. Manifestantes foram feridos e acusaram a PM de agir com truculência. O vendedor ambulante Henrique José estava trabalhando na Cinelândia quando estourou a confusão. Tiros de balas de borracha foram disparados por policiais e ele foi atingido. Na 5ª DP (Mem de Sá), ele falou com o G1. “Pensei que fosse bala de verdade e achei que tivesse quebrado minha costela”, disse Henrique que exerce a função há 13 anos e é cadastrado pela prefeitura.
Manifestante chuta uma das portas da Câmara (Foto: Pilar Olivares/Reuters)Manifestante chuta uma das portas da Câmara
(Foto: Pilar Olivares/Reuters)
Durante a confusão, o gás lacrimogêneo entrou nas salas da Câmara de Vereadores e funcionários deixaram os gabinetes. Nove vereadores de oposição saíram da sessão no plenário quando começou o tumulto do lado de fora da Câmara, e não votaram.
São eles: Renato Cinco (PSOL), Eliomar Coelho (PSOL), Verônica Costa (PR), Jefferson Moura (PSOL), Brizola Neto (PDT), Paulo Pinheiro (PSOL), Reimont (PT), Marcio Garcia (PR) e Teresa Bergher (PSDB). Segundo os assessores deles, eles não farão parte da votação em segunda discussão.
Protestos
Pela manhã, professores da rede municipal de ensino fizeram um protesto com um trio elétrico em frente à Câmara Municipal do Rio. Outro grupo de professores seguiu pela Rua do Catete, na Zona Sul, para se juntar à manifestação na Cinelândia. Um homem foi visto furando pneus de carros do Batalhão de Choque da PM.
Após o protesto da noite de segunda-feira (30) que terminou em cenas de violência, o policiamento nas proximidades da Câmara Municipal amanheceu reforçado nesta terça. Cerca de 700 policiais militares estão no local.
Entenda o caso
Os professores afirmam que a greve só chegará ao fim com a elaboração de um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração para a categoria. No dia 17 de setembro, a prefeitura enviou à Câmara dos Vereadores, em caráter de urgência, um plano, que foi duramente criticado pelo sindicato. Segundo o sindicato da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram insuficientes e ainda não há uma abertura clara para negociação.
Já o prefeito Eduardo Paes afirma, no entanto, que o Plano de Cargos e Salários "é o melhor para a população". “A gente não pode viver sob ameaça. Estamos fazendo o que é melhor para a população, para prefeitura e pela categoria. O plano está lá na Câmara para ser votado. Tivemos diversos encontros e temos três acordos assinados”, afirmou
Fonte: G
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