domingo, 27 de outubro de 2013

Imagens mostram como agia quadrilha que explodia caixas eletrônicos

27/10/2013 21h03 - Atualizado em 27/10/2013 21h03


Reportagem mostra como quadrilha roubou mais de 200 quilos de dinamite para cometer os assaltos. E o lugar onde eles guardavam os explosivos..

Explosão, troca de tiros, perseguição. Esta foi a última ação de uma quadrilha mineira especializada em explodir caixas eletrônicos. O grupo foi investigado durante três meses. Segundo a polícia, eles foram responsáveis por 13 assaltos. Outros 20 estão sendo investigados.
Muitas das ações foram gravadas. O Fantástico teve acesso a esses vídeos..
Betim, agosto de 2013. Os ladrões quebram a porta e entram no banco. Um rapaz, de arma na mão, vigia enquanto outros dois vão em direção aos caixas. Com uma alavanca, eles abrem um buraco para colocar o explosivo. Um fica responsável por detonar a dinamite. Mas a explosão é fraca. Dá tudo errado.
  
Em busca de uma dinamite mais potente, a quadrilha assaltou uma mineradora na cidade de Sabará. O grupo conseguiu levar mais de 200 quilos de explosivos.
As câmeras de segurança registraram a chegada dos ladrões. Eles rendem dois seguranças e vão para o paiol onde ficam os detonadores. Logo depois, vão para um outro setor da mineradora.
Cortam o cadeado dos portões e vão para um segundo paiol, onde estão as dinamites. Agem rapidamente. Em menos de cinco minutos, esvaziam o depósito e lotam o carro. O veículo sai carregado: são 225 quilos.
“Para vocês terem uma ideia, uma referência da quantidade de explosivo, da capacidade, quando o Complexo do Carandiru foi explodido. utilizou-se 250 quilos para ir abaixo todo o complexo”, explica o delegado Vanderson Gomes da Silva.
Para não explodir o banco todo, os ladrões mineiros dividiam cada banana de dinamite em até quatro partes. Não demorou muito para a quadrilha usar os explosivos roubados da mineradora. Quatro dias depois do assalto, a polícia registrou o primeiro ataque do grupo.
Foi em um supermercado de Sete Lagoas, região metropolitana de BH. A explosão acontece. Desta vez, é potente.
“Numa ação criminosa cada um tem a sua função. Tem aquele que fica do lado de fora para verificar se a policia está se aproximando. Os que vão lá pra dentro. E o que detona”, descreve o delegado Marcio Simões Nabak.
Durante as investigações, o grupo da Polícia Civil mineira que combate o crime organizado começou a monitorar as ligações telefônicas dos integrantes da quadrilha. Em uma gravação, Juninho, um dos suspeitos, conta que acabou de presenciar o abastecimento de dinheiro em uma agência bancária.
Juninho: Ô Zé, eu tô feliz demais, Zé. Você não acredita, não.
Thiago: Nossa Senhora!
Juninho: Meu, carregando o bagulho, você não acredita, não. Eu parei pra ver e fiquei vendo tudo, eu vi tudo. Vamos trombar. Vamos trombar que é hoje!
Para a polícia, o banco que estava recebendo o dinheiro é a agência de Betim mostrada no início desta reportagem.
Durante o ataque, um motoqueiro monitorava a atividade dos policiais, que é um "bota" na gíria utilizada por eles.
Thiago: Ô Zé, tem uns bota aí pra frente. Você tá ligado?
Motoqueiro: Pode!
Thiago: Então, fica perto deles. A primeira saída aí você já liga avisando. 
Motoqueiro: Já é! Falou!
Mas não deu tempo de avisar. Os policiais chegam assim que a explosão acontece. Segundo a polícia, um dos integrantes da quadrilha faz os primeiros disparos. Começa a troca de tiros.
Paulinho: Pelo amor de Deus, Zé, levanta, Zé. Nóis tomou tiro, Zé. Juninho tá morrendo, Zé.
Homem: Onde vocês tão?
Paulinho: Anda, Zé! Ô, Zé, vem cá. Liga o carro rápido. Tô eu, eu tomei tiro, Biel tomou tiro, o Juninho tá morrendo, Zé.
São pelo menos 20 marcas de tiro que ficaram espalhadas pela parede da agência bancária. Um dos assaltantes, Thiago, morreu depois desse tiroteio. Outros três foram baleados. Toda a quadrilha foi identificada e presa durante as investigações.
Mas para a polícia ainda faltava encontrar os explosivos. “Esse material passou em três, quatro imóveis diferentes em curto espaço de tempo para dificultar ainda mais uma ação policial”, diz Vanderson.
Semana passada, os investigadores encontraram 215 quilos de dinamite na casa de um dos líderes da quadrilha. A maior parte estava na sala da casa. E 75 quilos estavam debaixo da cama do casal, ao lado do berço do filho deles.
“Muitas vezes eles não têm conhecimento do perigo que aquilo que eles tão transportando pode ocasionar, até para própria vida deles”, avalia o delegado.
Fonte: G1 

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