domingo, 15 de junho de 2014

Jacques Cousteau deixou para toda humanidade.um legado no mundo da pesquisa.

Edição do dia 15/06/2014
15/06/2014 21h28 - Atualizado em 15/06/2014 21h28

Fabien Cousteau tenta bater recorde do avô e ficar 31 dias no fundo do mar

Fabien e equipe vão ficar em um laboratório de pesquisa, a 20 metros de profundidade. Vai ser um estudo, mas ao mesmo tempo uma aventura.

Cair na água, mergulhar até o fundo e ficar direto, sem voltar para a superfície durante 31 dias, não é para qualquer um.
Jacques Cousteau, pesquisador que entrou para a história com seus documentários sobre o mar e todas as formas de vida embaixo d'agua fez isso em 1964, há 50 anos. Ficou 30 dias, com mais cinco pesquisadores, a 10 metros de profundidade, no Mar Vermelho, estudando e filmando a vida no oceano.
Cinco décadas depois, seu neto Fabian Cousteau, de 45 anos, repete a mesma façanha: ficar 31 dias, um dia a mais do que seu avô, no fundo do mar da Flórida, nos Estados Unidos, com o mesmo número de pessoas e com o mesmo objetivo.
Fabien Cousteau e sua equipe vão passar esses 31 dias em um laboratório de pesquisa, a 20 metros de profundidade. Vai ser um estudo científico, mas ao mesmo tempo uma grande aventura.
Fabien explica por quê: "Incluindo todas as pesquisas do meu avô e de outros pioneiros, conhecemos até agora menos de 5% do nosso oceano. É muito pouco. E, para estudar novas espécies, a influência da mudança do clima nos oceanos e todas as questões ligadas à poluição, precisamos nos lançar neste tipo de aventura. Meu avô costumava dizer que se você quiser filmar um peixe, você tem que se tornar um peixe”.
Mas a equipe toda que se prepara para partir sabe: sobreviver 31 dias no mundo dos peixes é muito complicado. Depois que eles estiverem no fundo do mar, a volta para a superfície tem que acontecer muito lentamente, para o corpo ir se acostumando com a pressão. Ou seja, se alguém tiver que voltar rapidamente, não vai dar. Isso leva pelo menos 17 horas!
“Seria como agitar um refrigerante e abri-lo no seu sangue. Uma vez lá embaixo tem toda uma preparação para voltar. Em caso de emergência, o médico é quem tem que descer até o laboratório e ficar lá embaixo por no máximo uma hora”, explica Fabien Cousteau.
Enquanto na superfície eles organizam tudo o que precisam ser levado para o fundo do mar, desde a comida desidratada em pacotinhos, até objetos pessoais e uma quantidade enorme de equipamentos de mergulho e de filmagem, lá embaixo, no laboratório, outra equipe faz os últimos ajustes para tornar a vida possível durante 31 dias.
O Fantástico acompanhou os momentos finais para a partida da missão e exibe as primeiras imagens de Fabien chegando ao laboratório. O mais incrível de tudo isso é que a equipe passou a viver como num reality-show: tudo o que acontece lá está sendo transmitido, ao vivo, 24 horas por dia, em sites e redes sociais.
As pessoas já viram, por exemplo, a equipe realizando experimentos com os corais e várias imagens dos bastidores das gravações no fundo do mar.
Depois de alguns dias, o Fantástico voltou a conversar com Fabien. Ele começa dizendo que tem ali a melhor vista do mundo: “Nós recebemos nesta janela visitantes o dia todo. Aqui, nós é que estamos no aquário e não os peixes”.
Fabien nos mostra o quarto onde eles dormem e a porta de entrada e saída para os mergulhos.
O laboratório tem 3 metros de largura por 14 de comprimento. O tamanho de um ônibus pequeno. E a rotina é pesada.
“Acordamos entre quatro e seis da manhã para o primeiro mergulho, que pode durar até cinco horas. No meio do dia, um outro de até três horas. E à noite também mergulhamos por mais duas ou três horas”, conta Fabien.
Um esforço imenso para levar para as pessoas um maior conhecimento sobre o mar.
“As pessoas protegem o que elas amam. Como alguém pode proteger o que não conhecem? Precisamos conhecer o oceano para entender nós mesmos como parte deste sistema de vida, chamado planeta Terra”, diz Fabien.
Fonte: G1

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