terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Mandela foi um 'gigante da história', diz Obama em homenagem

10/12/2013 09h34 - Atualizado em 10/12/2013 12h17


Primeiro presidente negro dos EUA discursa em celebração a líder africano.
Ex-presidente e ativista contra apartheid morreu na quinta (5) aos 95 anos.

Do G1, em São Paulo
O presidente dos EUA, Barack Obama, discursa nesta terça-feira (10) em homenagem a Nelson Mandela na África do Sul (Foto: AP)O presidente dos EUA, Barack Obama, discursa nesta terça-feira (10) durante homenagem a Nelson Mandela na África do Sul (Foto: AP)
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta terça-feira (10) que o líder sul-africano Nelson Mandela, morto na quinta-feira (5), aos 95 anos, foi um "gigante da história", que moveu bilhões de pessoas pelo mundo e conquistou seu lugar na posteridade através da luta, da astúcia e da demonstração do poder da ação política.
Obama falou de maneira emocionada durante a cerimônia em homenagem ao herói anti-apartheid, que reuniu milhares de sul-africanos e dezenas de líderes mundiais no estádio Soccer City, em Johanesburgo.
O primeiro presidente negro dos EUA disse que muitos líderes mundiais mostram solidariedade a Mandela, ícone da luta contra a discriminação racial, mas "não toleram discordância de seu próprio povo".
Obama agradeceu ao povo sul-africano por ter "compartilhado" Mandela com o mundo.
"É difícil elogiar qualquer pessoa...e é ainda mais difícil fazer isso com um gigante da história, que levou uma nação em direção à justiça", declarou Obama, depois de ter sido recebido com muitos aplausos pela multidão presente no estádio, apesar da forte chuva.
"Ele não era um busto de mármore, era um homem de carne e osso", declarou Obama sobre Mandela, cujo exemplo inspirou sua própria entrada na política quando ainda era estudante.
"Nada do que ele conquistou foi inevitável. No arco de sua vida, vemos um homem que conquistou seu lugar na história através de luta e astúcia, persistência e fé", ressaltou o presidente americano.
"Ele nos mostrou o poder da ação, de correr riscos em nome de nossos ideais", disse.
Obama também fez um paralelo entre a trajetória política vitoriosa de Mandela e a jornada dos Estados Unidos rumo à justiça racial.
"Michelle e eu somos os beneficiários dessa luta", disse Obama, comparando o papel de Mandela na luta anti-apartheid na África do Sul com seus próprios heróis políticos, incluindo os pais fundadores da nação americana e o ex-presidente assassinado Abraham Lincoln.
Obama voou 16 horas para a cerimônia e, além de elogios a Mandela, alfinetou líderes autoritários e inimigos dos Estados Unidos que afirmam abraçar o legado do herói sul-africano, mas não agem de acordo com seus ideais.
"Há muitos líderes que dizem se solidarizar com a luta de 'Madiba' [nome tribal de Mandela] pela liberdade, mas não toleram a dissidência de seu próprio povo", declarou, em um comentário que pode ter sido destinado ao líder cubano Raul Castro, que também discursou na cerimônia.
O americano afirmou que as lutas no mundo ainda continuam para obtenção de igualdade formal entre as raças.
"Em todo o mundo hoje, homens e mulheres ainda estão em prisões por conta de suas crenças políticas", disse Obama.
"Eu não estou à altura de 'Madiba', mas ele me faz querer ser um homem melhor", afirmou.
"Que Deus abençoe Nelson Mandela, que Deus abençoe a África do Sul", encerrou o presidente americano.
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Observado por Dilma, os presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentam nesta terça-feira (10) em homenagem a Mandela (Foto: Reuters)Observados por Dilma, os presidentes dos EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentam nesta terça-feira (10) durante homenagem a Mandela (Foto: Reuters)
Obama e Raúl Castro
Antes do discurso, o presidente americano apertou a mão do presidente de Cuba, Raúl Castro.
Logo depois, Obama também cumprimentou, com beijos, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
O presidente americano chegou à cerimônia com cerca de uma hora de atraso, acompanhado de seus antecessores George W. Bush – que aplaudiu de pé o discurso do rival democrata – e Bill Clinton.

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