Laboratório atesta que má qualidade da água provoca lesões em peixes do Rio Jequitinhonha
O documento é assinado por médicos veterinários do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais.

O documento foi produzido a partir da análise de peixes coletados no reservatório da Usina de Irapé, no rio Jequitinhonha, em Grão Mogol. Segundo o documento, não há registro de mortalidade de peixes na região.
O estudo foi realizado após reclamação de pescadores, dando conta que os peixes têm apresentado feridas e infecções, o que preocupa toda a população do Vale do Jequitinhonha, e levanta a suspeita de que as águas do rio também estejam contaminadas. Os especialistas que assinam o laudo, não analisaram a qualidade da água.
Membros do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), garantem que desde 2012 estão sendo relatados problemas de má qualidade da água, pessoas com doenças de pele, abandono das comunidades por falta de água potável, peixes contaminados dentre outros problemas, provocados pela Usina de Irapé, inaugurada em 2006.
A Cemig nega relação do problema com a qualidade da água de Irapé (veja nota de esclarecimento abaixo)
O MAB pede audiência pública da Assembléia Legislativa para analisar as denúncias e a realização da análise da composição física, química e biológica da água do Rio Jequitinhonha. Com ela identifica-se os contaminadores e os riscos à saúde da população que depende do Rio Jequitinhonha.
Nota da Cemig
A Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig acompanha, desde 2014, as mortes de peixes nas proximidades da Usina Hidrelétrica de Irapé e, desde então, está tomando todas as providências cabíveis.
Assim, no mês de outubro, a Cemig solicitou a realização de análises em alguns peixes moribundos para verificar a causa das lesões cutâneas.
O laudo mostrou que a responsabilidade da Concessionária sobre a ocorrência é remota, em função da distância entre os locais onde as curimbas foram encontradas e pela qualidade da água não justificar as infecções bacterianas.
No inicio de 2015, foi solicitado à Cemig que esclarecesse a ocorrência ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o que resultou na elaboração de um Parecer Técnico. Posteriormente, a Empresa recebeu solicitação do Ministério da Pesca, na qual foram apresentados os problemas relacionados à contaminação bacteriana das curimbas e outros assuntos.
A resposta da Cemig foi enviada também através de Parecer Técnico e de relatório sobre a qualidade da água. (Cópias dos mesmos documentos foram encaminhadas à Emater, à Supram Leste, à Ameje e ao MAB, para conhecimento.)
Após o envio da resposta ao Ministério da Pesca, A Concessionária solicitou uma reunião com a Semad e o pesquisador responsável pelas análises dos peixes.
Com o esclarecimento de todos os procedimentos realizados e os resultados das ações aos participantes da reunião, foi criado um grupo de trabalho conduzido pelo IEF, que está providenciando novas coletas de material para laudo conclusivo.
Durante a reunião, os participantes entenderam que as ocorrências relatadas não possuem qualquer relação com o reservatório da UHE Irapé e, por isso, as ações subsequentes serão executadas pela própria Semad.
(Fonte: Maria Eliza Cota / Francy Eide Leal / Cemig – Via Gazeta de Araçuaí)