domingo, 19 de maio de 2013

Com frota de carros 50% maior desde 2000, trânsito atormenta Niterói, RJ


19/05/2013 08h02 - Atualizado em 19/05/2013 08h02

Engarrafamentos fazem população optar por transportes alternativos. 

Usuários das barcas aumentou no período.

Do G1 Rio
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Não é novidade que os congestionamentos são uma das principais reclamações de quem mora em Niterói, município da Região Metropolitana do Rio, mas a sensação de que o trânsito tem piorado nos últimos anos tem atingido muitos motoristas, que procuram meios alternativos de chegar aos seus destinos.

É o caso da estudante de Medicina Laís Lobo, que divide o carro com colegas de turma para chegar ao campus da Ilha do Fundão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio. “Somos cinco alunos da mesma turma e é todo mundo de Niterói. A gente divide somente a gasolina e faz muita diferença.”
Excesso de veículos deixou saída da Ponte parada (Foto: Reprodução/TV Globo)O excesso de veículos deixa a saída da Ponte parada (Foto: Reprodução/TV Globo)
Para fugir da lentidão na Ponte Rio-Niterói, muitas pessoas optam pelas Barcas como maneira alternativa de atravessar a Baía de Guanabara. De acordo com a concessionária, o número de usuários saltou de 19,3 milhões de passageiros por ano em 2000 para 24,5 milhões em 2012, na linha que atende a Praça Araribóia. Já na linha seletiva de Charitas, o aumento foi ainda maior entre 2004 e 2012, de 84,1 mil para 2,4 milhões.

E não são apenas os motoristas que deixam a cidade que sofrem atrás de seus volantes, quando o trânsito dá nó. Quem circula dentro do município também costuma enfrentar engarrafamentos.

A dona de casa Sílvia Fragoso, de 49 anos, é moradora do bairro Maria Paula e leva a filha adolescente todos os dias a uma escola em Santa Rosa. No dia 15 de maio, ela deu carona ao marido até a estação das barcas, no Centro da cidade, e, no retorno para casa, levou três horas para fazer o trajeto, de menos de 10 quilômetros.

“Parou a cidade. Tudo bem que é um caso excepcional, mas foi demais”, desabafou Sílvia. “Os responsáveis por organizar o trânsito não têm o planejamento necessário. De Maria Paula ou da Região Oceânica para quem vai para São Francisco ou Santa Rosa só tem dois caminhos.”
Queda de poste provoca grande congestionamento em Niterói (Foto: Reprodução / TV Globo)Queda de poste provoca grande congestionamento
em Niterói (Foto: Reprodução / TV Globo)
E um deles foi quase totalmente interditado naquele dia. Um poste caiu sobre um carro na Estrada da Cachoeira, que ficou com apenas uma faixa liberada por pelo menos duas horas. O trânsito foi desviado pela via alternativa, mas o congestionamento chegou até a Estrada Francisco da Cruz Nunes, na altura do cemitério Parque da Colina, em Pendotiba.

O presidente da NitTrans, empresa responsável pelo trânsito em Niterói, coronel Paulo Afonso Cunha, admite os problemas causados principalmente pelo poste, mas diz que medidas foram tomadas para aliviar a movimentação em dias normais.
“Nós disponibilizamos até 15 operadores de trânsito somente para aquela região e fizemos alguns desvios tanto naquele acesso quanto no Largo da Batalha, que já reduziram bastante o engarrafamento. Além disso, a reversível da Avenida Roberto Silveira, em Icaraí, e o monitoramento dos corredores estruturais também desafogaram o fluxo”, disse.

Frota de veículos cresceu 47% em 12 anos
Um dos principais motivos para os constantes congestionamentos enfrentados pelos motoristas em Niterói é o grande aumento na frota de veículos na cidade. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2000, o município tinha 117.042 automóveis e, em 2012, o número saltou para 171.958, o que representa um aumento de 46,9%. No mesmo período, a população cresceu apenas 7%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Corredores estruturais
Os corredores estruturais são as vias de acesso à Ponte Rio-Niterói, monitoradas 24 horas por dia pelos agentes, cujos acidentes são imediatamente desfeitos, de acordo com o presidente Paulo Afonso Cunha. São eles: a linha entre as avenidas Roberto Silveira e Jansen de Mello; a que fica entre as avenidas Visconde do Rio Branco e Feliciano Sodré; e a da Alameda São Boaventura; e a da Avenida do Contorno.
Mergulhão será inaugurado em junho
O presidente da NitTrans, coronel Paulo Afonso Cunha, disse que a parte superior das obras do mergulhão da Avenida Marquês de Paraná, cujas interdições causam vários transtornos aos motoristas na volta para casa, deve ser inaugurada ainda no mês de junho. Logo, de acordo com ele, uma faixa reversível será aberta para ajudar a fluir o trânsito.

Apesar da reabertura da parte superior, as obras no subsolo vão continuar, pelo menos, até o fim do ano de acordo com o coronel.
Fonte: G1

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