Relatório do Pnuma lançado em evento aponta preocupação com o Ártico.
Degelo pode causar corrida por exploração de petróleo, diz órgão da ONU.
O encontro dá prosseguimento à decisão tomada na Rio+20, a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio em junho de 2012, de dar maior peso ao Pnuma. Na segunda-feira (18), foi lançado em Nairóbi um relatório que indicou preocupação com o derretimento do gelo do Ártico e seus efeitos. O degelo bateu recorde em 2012, informou o G1em setembro.
"O que estamos vendo é que o derretimento está causando uma corrida por fontes de combustíveis fósseis que originalmente alimentaram o degelo", afirmou Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do Pnuma, apontando que o Ártico está gradativamente sendo inserido em um "círculo vicioso".
A corrida pela exploração destas reservas de petróleo no Ártico tem consequências que devem ser pesadas com cuidado pelos países em todo o mundo, dados os impactos globais e problemas ambientais que podem acarretar, disse Steiner às agências internacionais.
Segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), cerca de 30% do gás natural inexplorado no mundo está no Ártico, em regiões que podem ser expostas e ter o acesso facilitado com o degelo. Mais de 70% do óleo inexplorado no Ártico está em áreas como o norte do Alasca e na porção oriental da Groenlândia, aponta a ONU.
"Conforme o gelo retrocede, facilitando o acesso e o transporte, espera-se que o Ártico cumpra um papel importante na busca por minerais e fontes de energia pelo mundo", afirma o Pnuma, em nota. A preocupação com o aquecimento do Ártico e com a exploração que este fenômeno pode acarretar tem sido "debatida já há algum tempo, mas isso [o debate] não se transformou em ações imediatas", ressaltou Steiner.
Para esta terça-feira (19), a previsão é discutir metas de desenvolvimento sustentável para o período após 2015, projetos ambientais bem-sucedidos na Ásia e outras iniciativas globais.
Na quarta-feira (20), serão debatidas medidas globais pelo consumo e produção sustentável, além de haver o lançamento de um atlas com dados ambientais dos países árabes, e discussões em um fórum de preservação de elefantes no Quênia.
Fonte: G1
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