sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Empresa nega que obra tenha abalado estrutura de prédio que caiu

27/01/2012 18h47 - Atualizado em 27/01/2012 21h01

Na quarta-feira, 25, três edifícios desabaram no Centro do Rio.
TO - Tecnologia Organizacional reformava 2 andares de um dos prédios.

José Raphael Berrêdo Do Sérgio Aves, sócio da empresa TO-Tecnologia Organizacional, responsável pela obra que estava sendo feita no Edifício Liberdade, um dos três prédios que desabaram no centro do Rio de Janeiro (Foto: MARCOS DE PAULA/AGÊNCIA ESTADO/AE)Sérgio Aves, sócio da empresa TO-Tecnologia
Organizacional, responsável pela obra que estava
sendo feita no Edifício Liberdade, um dos três
prédios que desabaram no Centro (Foto: MARCOS
DE PAULA/AGÊNCIA ESTADO/AE)
Sérgio Alves, sócio da empresa TO - Tecnologia Organizacional, afirmou em entrevista coletiva realizada no fim da tarde desta sexta-feira (27) que as obras que estavam sendo realizadas no 3º e no 9º andares do edifício Liberdade, um dos três prédios que desabaram na última quarta-feira (25), no Centro do Rio, não provocaram a queda.
"Tenho certeza de que as obras não abalaram as estruturas. Era uma reforma interna, para adequação do espaço. Trocamos o piso, removemos as divisórias e as paredes do banheiro, que não eram estruturais, pois eram feitas de tijolo", destacou o empresário, reforçando que este tipo de obra não precisa de autorização da prefeitura.
Alves acrescentou que as plantas das obras de ambos os andares, por serem semelhantes às reformas anteriores, não foram feitas por um arquiteto. Segundo ele, uma gerente da TO teria feito um curso de AutoCad (software utilizado por arquitetos) e ela mesmo feito as plantas.
Laudo
Segundo ele, um engenheiro havia sido contratado para fazer o laudo na obra do 3º andar, mas o documento teria se perdido com o desabamento. O mesmo engenheiro faria ainda um outro laudo sobre a reforma do 9º andar, mas, por um problema de família, teria atrasado a visita.
"Dissemos ao síndico que atrasaríamos a obra por 15 dias, mas ele disse que poderíamos entregar o laudo depois", revelou Sérgio.
Sobre as janelas construídas de forma irregular na lateral do prédio, Sérgio Alves disse que apenas uma delas foi aberta pela empresa. "É uma irregularidade estética. Já que muitos no prédio faziam, também fizemos", afirmou o empresário, citando a sala do síndico como exemplo e reafirmando que a colocação das mesmas não altera a estrutura do prédio.
O empresário falou com os jornalistas na companhia do advogado Jorge Willians.
O advogado declarou que a obra no 9º andar, que havia começado oito dias antes do desabamento, não necessitariam de autorização do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea). "O Crea não autoriza nada, só fiscaliza. E o presidente do Crea terá uma resposta através da perícia", disse o advogado.
Na quinta (26), um representante do Crea disse que considerava as obras ilegais por não ter registro delas (saiba mais).
Corpos
Chega a 14 o número de corpos localizados por equipes dos bombeiros nos escombros do desabamento. "Finalmente, entramos na parte onde nós acreditávamos que houvesse o maior número de corpos", disse o secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, nesta tarde.
Segundo a Polícia Civil, seis vítimas haviam sido identificadas até as 17h: Elenice Maria Consani Quedas, de 64 anos, Alessandra Alves Lima, de 29 anos, Celso Renato Braga Cabral, de 46 anos, Margarida Vieira de Carvalho, de 65, Nilson de Assunção Ferreira, de 50 anos, e Cornélio Ribeiro Lopes, de 73.
O acidente deixou seis feridos. De acordo com a Secretaria municipal de Saúde, o quadro mais grave é o da única pessoa que segue internada. Ela é uma mulher que teve lesão no couro cabeludo, passou por cirurgia e foi transferida para um hospital particular.
Fonte. G1

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