terça-feira, 18 de novembro de 2014

OPERAÇÃO LAVA JATO PRENDE

O ex-diretor de serviço da Petrobras, Renato Duque, chega à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro após ser preso na operação Lava-Jato (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)
Ex-diretor de serviço da Petrobras Renato Duque foi
preso na sexta-feira (14), no Rio de Janeiroa
(Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo)
O juiz federal Sergio Moro decidiu, na noite desta terça-feira (18), que a prisão temporária do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e de mais cinco suspeitos seja convertida para prisão preventiva e que 11 pessoas sejam colocadas em liberdade imediatamente. Todos eles foram detidos na sétima etapa da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Ao todo, desde sexta-feira (14), 24 pessoas foram presas e estão detidas na superintendência da PF, em Curitiba.
Com a decisão da Justiça Federal do Paraná, a prisão preventiva foi decretada para:
-Renato Duque (ex-diretor de Serviços da Petrobras)
-Ricardo Ribeiro Pessoa (presidente da UTC)
-José Aldemário Pinheiro Filho (presidente da OAS)
-Mateus Coutinho de Sá Oliveira (funcionário da OAS, em São Paulo)
-João Ricardo Auler (presidente do Conselho de Administração da Camargo Côrrea)
-Dalton Santos Avancini (presidente da Camargo Côrrea)
Já as 11 pessoas que devem ser colocadas em liberdade são:

-Valdir Carreiro (diretor-presidente da IESA)
-Othon Zanoide (diretor da Queiroz Galvão)
-Jayme de Oliveira Filho (sem empresa específica, ligado ao doleiro Alberto Youssef)
-Alexandre Barbosa (OAS)
-Walmir Santana (UTC)
-Ildefonso Colares (ex-diretor-presidente da Queiroz Galvão)
-Carlos Alberto da Costa e Silva (UTC)
-Otto Sparenberg (diretora da IESA)
-Newton Prado Junior (diretor da Engevix)
-Carlos Eduardo Strauch (diretor da Engevix)
-Ednaldo Alves da Silva (UTC)
Estas 11 pessoas devem seguir algumas restrições impostas pelo juiz: eles estão proibidos de mudança de endereço sem prévia autorização judicial e de deixar o país. Eles ainda devem entregar os passaportes brasileiros e, eventualmente ,de passaportes estrangeiros à Justiça no prazo de cinco dias, além de comparecer "a todos os atos processuais e ainda, perante a autoridade policial, MPF [Ministério Público Federa] e mesmo perante este Juízo mediante intimação por qualquer meio, inclusive telefone", como diz um trecho da decisão.  O descumprimento das medidas cautelares poderá causar a renovação da prisão cautelar.
Outros seis presos nesta fase da operação já tinham os mandados de prisão preventiva decretados desde sexta-feira. São eles:

-Agenor Franklin Magalhães Medeiros (diretor-presidente da Área Internacional da OAS)
-Eduardo Hermelino Leite (vice-presidente da Camargo Correa)
-Erton Medeiros Fonseca (diretor presidente de Engenharia Industrial da Galvão Engenharia)
-Gerson de Mello Almada (vice-presidente da Engevix)
- José Ricardo Nogueira Breghirolli (funcionário da OAS, em São Paulo)
-Sérgio Cunha Mendes (diretor-vice-presidente-executivo da Mendes Junior)
Segundo a Justiça Federal, eles permanecerão presos na carceragem da PF até que o juiz Sérgio Moro solicite a transferência deles para um presídio no estado do Paraná.
O lobista Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, se entregou na tarde desta terça-feira na sede da Polícia Federal, na capital paranaense. O advogado dele, Mário de Oliveira Filho, afirmou na segunda-feira (17) que o cliente é usado como "bode expiatório" na operação Lava Jato. Baiano era considerado foragido da polícia. Uma pessoa continua foragida – Adarico Negromonte Filho (sem empresa específica). Ele é irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA).
Lava Jato
A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Na primeira fase da operação, deflagrada em março deste ano, foram presos, entre outras pessoas, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Esta última fase da Lava Jato teve como foco executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras, que apenas com a Petrobras mantêm contratos que somam R$ 59 bilhões. Parte desses contratos está sob avaliação da Receita Federal, do Ministério Público Federal  e da Polícia Federal.
Ao todo, foram expedidos 85 mandados em cidades do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal.
Fonte: G1

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A POLÍCIA BRASILEIRA MATOU EM CINCO ANOS 11.197 PESSOAS E MORRERAM SÓ EM 2013 490 POLICIAIS. EM TRINTA ANOS NOS ESTADOS UNIDOS A POLÍCIA MATOU 11.090 E QUANTOS POLICIAIS POR LÁ MORRERAM?

10/11/2014 08h33 - Atualizado em 10/11/2014 08h33

Custos com a violência no Brasil chegaram a R$ 258 bilhões em 2013

Dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 
2.212 pessoas foram mortas pela polícia em todo o país no ano passado.

Do G1, em São Paulo
Os custos com a violência no Brasil chegaram a R$ 258 bilhões no ano passado – quase 6% do PIB, que é a soma de todas as riquezas que o país produz em um ano. Os números são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que lança nesta segunda-feira (10) o anuário da violência, segundo o Bom Dia Brasil.
O anuário mostra que, em 2013, 2.212 pessoas foram mortas pela polícia em todo o país. Foram seis mortes por dia em confrontos. A comparação com a polícia dos Estados Unidos mostra uma explosão no número de casos. Nos últimos cinco anos, as polícias brasileiras mataram 11.197 pessoas, enquanto a dos EUA levou 30 anos para atingir quase o mesmo número de mortes: 11.090.
Policiais também foram vítimas. Em 2013, 490 foram mortos no país – 75% estavam fora de serviço. 11% dos homicídios do mundo aconteceram no Brasil. A violência tem um custo alto para toda a sociedade.
“Dos 258 bilhões gastos com os custos da segurança pública e da violência no Brasil, só R$ 65 bilhões são gastos com políticas públicas de segurança e com o sistema prisional. Isso significa que a gente gasta três vezes mais com os efeitos perversos da violência e da segurança privada do que com políticas públicas voltadas ao enfrentamento do crime e da violência”, diz Samira Bueno, diretora do Fórum.
A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, diz que a violência só vai cair se houver integração dos poderes. “A solução está em aproximarmos o judiciário da política de segurança pública e termos o respaldo da ressocialização dentro do sistema prisional”, afirma.
No anuário também existe um levantamento feito em oito estados feito pela Fundação Getulio Vargas. Ele mostrou que 57% dos entrevistados acreditam ser possível desobedecer as leis. Pior: 81% dizem que é sempre possível “dar um jeitinho” para não cumprir as leis.
A análise dos especialistas é de que esses dados são fortes sinais de que a população convive com a sensação de impunidade. E quanto maior a renda, maior a sensação de impunidade: é em Brasília que está a maior parte das pessoas que acham que é possível “dar um jeitinho".
Fonte: G1