sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Denúncia contra acusados de tráfico em helicóptero dos Perrella é aceita

28/02/2014 17h56 - Atualizado em 28/02/2014 17h56


Justiça Federal também manteve aeronave do senador apreendida.
Foram transportados 445 kg de droga até fazenda no Espírito Santo.

Mariana PerimDo G1 ES
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Governo do Espírito Santo analisa apropriação de helicóptero da família Perrella (Foto: Bernardo Coutinho/ Jornal A Gazeta)Helicóptero da família Perrella.
(Foto: Bernardo Coutinho/ Jornal A Gazeta)
A Justiça Federal aceitou nesta sexta-feira (28) a denúncia do Ministério Público Federal (MPF-ES) contra cinco acusados de envolvimento com o tráfico de 445 quilos de pasta base de cocaína em um helicóptero da família do senador mineiro Zezé Perrella (PDT).
O juiz federal Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira Costa ainda manteve o helicóptero apreendido. A aeronave está sob responsabilidade do governo do estado doEspírito Santo. O magistrado determinou que os advogados dos acusados recebam notificação para apresentar defesa em um prazo de dez dias.
Os cinco foram foram denunciados por tráfico de entorpecentes e associação para o tráfico, pelo Ministério Público Federal do Espírito Santo (MPF-ES), no dia 24 de janeiro. A aeronave foi apreendida em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, na região Serrana, com 445 kg de pasta-base de cocaína, em 23 de novembro do ano passado. Os suspeitos são o piloto e o copiloto da aeronave, os dois homens responsáveis por descarregar o helicóptero e também dono de uma propriedade que servia de base para a organização.
Para o MPF-ES, os denunciados se associaram para importar de forma rotineira cocaína do Paraguai para o Brasil. O piloto teria sido convidado a participar do esquema para fazer o transporte das drogas e ganharia R$ 50 mil para o serviço, saindo de Belo Horizonte às 7h e retornado às 18h.
Trajeto do helicóptero
Informações sobre a origem da droga e o trajeto do helicóptero ainda são objeto de investigação. Segundo a Polícia Federal, sabe-se que o helicóptero esteve no Paraguai no dia 23 de novembro para buscar a droga. No mesmo dia, o entorpecente foi transportado para um lugar ainda indefinido, em São Paulo, e o helicóptero foi guardado sem a droga no Aeroporto Campo de Marte. No dia seguinte, já com a pasta base de cocaína, a aeronave realizou um pouso em Minas Gerais para abastecer, e depois seguiu viagem até o Espírito Santo. Não há informações se o piloto que conduziu a aeronave até o país vizinho é o mesmo que foi detido em Afonso Cláudio.
Combustível
O portal de transparência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aponta que a Casa reembolsa, por meio da verba indenizatória, o combustível do helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD). A informação foi confirmada, no dia 28 de novembro, pelo advogado da família, Antônio Castro. Segundo a ALMG, cada deputado estadual recebe, por mês, a verba de R$ 20 mil, sendo deste total R$ 5 mil destinado para gastos com combustíveis.
Quanto ao combustível usado pelo helicóptero investigado, as provas apontam que todos os abastecimentos posteriores ao início do voo foram custeados pelo grupo criminoso, em aeroportos ou pontos clandestinos. A PF, informou em nota, que não tem competência legal para apurar uma eventual irregularidade no custeio de combustíveis do helicóptero pela ALMG, fato que deve ser analisado pelo Ministério Público mineiro.
Um dos quatro presos informou que faz parte de uma quadrilha chefiada em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, município próximo a uma rota do tráfico internacional de drogas. As informações constam no auto de prisão em flagrante emitido pelo juiz Jorge Orrevan Vaccari Filho, da 2ª Vara da Comarca de Afonso Cláudio, no dia 26 de novembro.

Custo do serviço
Ainda de acordo com o auto de prisão, o grupo receberia mais de R$ 186 mil para fazer o transporte da droga. Com os suspeitos, a polícia também apreendeu 11 aparelhos celulares, sendo dois deles com comunicação via satélite, e dois aparelhos GPS, com capacidade de navegação aérea em grandes distâncias.
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Investigados da Operação Porto Seguro vão responder a processo



Justiça Federal de SP aceitou denúncia contra 18 pessoas nesta quinta-feira.
Réus responderão por formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção.

Do G1 São Paulo
A Justiça Federal de São Paulo aceitou nesta quinta-feira (27) denúncia contra 18 pessoas suspeitas pela prática dos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência e corrupção ativa. A denúncia tinha sido apresentada pelo Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) em dezembro de 2012 contra 24 pessoas investigadas pela Polícia Federal (PF) na chamada Operação Porto Seguro, que apurou suposto esquema de venda de pareceres técnicos do governo em favor de empresas privadas.
Devido ao número de acusados, o MP federal solicitou o desmembramento da ação alegando que a alta quantidade de pedidos feitos pelos respectivos acusados e advogados provocaria morosidade e tumulto processuais.
Arte quem é quem operação Porto Seguro (Foto: Editoria de Arte / G1)
O juiz federal Fernando Américo de Figueiredo Porto, substituto da 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo/SP, considerou que, “analisando a denúncia, é possível perceber uma clara separação entre os fatos supostamente criminosos. Embora a investigação tenha origem comum, percebe-se que os supostos ilícitos não possuem relação umbilical entre si”.
Diante disso, o magistrado determinou o desmembramento em cinco processos distintos de acordo com os núcleos de investigação. Entre os acusados estão o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira, o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Rubens Vieira e o irmão deles Marcelo Vieira, além da ex-chefe do escritório da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha, e os advogados Marco Antonio Negrão Martorelli e Patrícia Santos Maciel de Oliveira.
O primeiro núcleo de acusados corresponde ao caso Tecondi-Codesp-TCU, no qual auditor do Tribunal de Contas da União foi acusado de receber propina de Paulo Vieira para alterar pareceres em favor da empresa Tecondi. O segundo núcleo do processo é sobre as acusações de irregularidades em empreendimentos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) na Ilha dos Bagres e na Ilha das Cabras, ambas no litoral paulista. O terceiro núcleo envolve supostos crimes de corrupção na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT), em Brasília. No quarto núcleo, Paulo Vieira é acusado oferecer dinheiro a servidor do Ministério da Educação, para obter aprovação de cursos da Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro (Facic). O réu seria sócio de algumas instituições de ensino citadas no inquérito da PF. E o quinto núcleo tem relação a vários crimes cometidos, a maioria deles em São Paulo, envolvendo reformas de apartamento e restaurante, pagamentos de propinas e troca de favores.
A denúncia foi assinada pelos procuradores Suzana Fairbanks Oliveira Schnitzlein, Roberto Antonio Sassiê Diana e Carlos Renato Silva e Souza.
Formação de quadrilha
Nas 53 páginas do relatório do inquérito, o delegado da PF Ricardo Hiroshi Ishida aponta que "a quadrilha" agia para obter "facilidades junto a órgãos públicos por meios ilícitos", cometendo "crimes de corrupção" para "atender interesses de empresários".
Ainda de acordo com o documento, Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas, tinha "a função de chefia".
O esquema funcionava assim, segundo o relatório: um empresário precisava de facilidades num órgão público onde Paulo tinha influência. Paulo acionava seus contatos, entre eles, seu irmão Rubens Vieira - diretor afastado da Agência Nacional de Aviação Civil - considerado o conselheiro da quadrilha. Os advogados Marco Antonio Martorelli e Patrícia Maciel ajudavam servidores públicos corruptos a escrever pareceres ou relatórios de interesse da quadrilha.
A PF chama tanto Martorelli quanto Patrícia de "testa de ferro jurídico". Marcelo Vieira, irmão caçula de Paulo e Rubens, era quem levava e trazia pacotes para fazer depósitos em dinheiro. Também no nome dele eram registrados imóveis e outros bens. Para a PF, Marcelo atuava como laranja. O grupo criminoso pedia ou oferecia vantagens indevidas para funcionários públicos, como o "pagamento de viagem de navio".
No inquérito, a PF indiciou 22 pessoas, excluindo Cyonil Cunha Borges, o delator do esquema, e o vice-presidente jurídico dos Correios, Jefferson Carlos Carus Guedes. A procuradora Suzana Fairbanks, porém, decidiu denunciá-los por corrupção passiva.
"[Cyonil] realmente solicitou as vantagens indevidas", explicou. Ela afirma que em diversos e-mails o ex-auditor pede a Paulo Vieira, em código, dinheiro em troca de um parecer fraudulento. Pesa contra ele, ainda, a comprovação que recebeu R$ 100 mil de Paulo.
No caso de Guedes, a procuradora diz que há provas de que ele solicitou propina. A assessoria dos Correios informou que o vice-presidente jurídico da estatal, Jefferson Guedes, está afastado de suas funções na empresa desde o dia 3 de dezembro, até que seja concluída a auditoria interna sobre os fatos. Os Correios só irão se pronunciar sobre a denúncia após serem oficialmente comunicados.

Atuação política
O relatório da PF destaca ainda a atuação da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, como um braço de influência política na estrutura da quadrilha. Inicialmente, ela foi indiciada por tráfico de influência, corrupção passiva e falsidade ideológica. Mas, ao analisar o material apreendido no escritório da presidência, o delegado da Polícia Federal decidiu indiciá-la também por formação de quadrilha.
De acordo com os procuradores, as investigações chegaram a um total de 15 episódios que envolvem "favores pedidos, vantagens solicitadas, cobradas ou recebidas por Paulo Vieira a Rosemary". Ainda foram apresentadas 27 situações nas quais Rosemary pediu favores aos irmãos Vieira, segundo o MPF.
O Ministério Público denunciou Rosemary por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e duas vezes por falsidade ideológica. Segundo a procuradora Suzana, Rosemary pediu a Paulo Vieira um certificado de conclusão de curso para seu ex-marido, o que, de acordo com as investigações, foi providenciado. Paulo também teria fornecido a Rosemary um atestado de capacidade técnica falso.
Questionada sobre a relação próxima entre a ex-chefe de gabinete da Presidência e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a procuradora disse não haver indícios da participação de Lula no esquema. "Ela usava mais o seu cargo. [...] ela não se apresentava por ele [o presidente]."
Ainda de acordo com a procuradora, o uso do cargo ficou evidente nas trocas de favores que ela fazia com os irmãos Vieira, cujas provas foram adquiridas nas interceptações de e-mails trocados entre eles. "Uma coisa é fazer contato vinculado ao cargo dela. Isso é totalmente legal. [...] o problema é que ela não fazia para atendimento ao trabalho dela, mas para terceiros."
Em sua única manifestação sobre o caso, Rose, como é conhecida, negou ter praticado tráfico de influência e corrupção e disse que nunca fez nada "ilegal, imoral ou irregular" quando ocupava o cargo.

Na época em que foi denunciada pelo MPF, em dezembro de 2012, o advogado de Rosemary Noronha disse que o indiciamento dela é improcedente - e baseado em premissas equivocadas.
G1 não consegui contato com os advogados dos demais acusados para comentarem o assunto.
A operação envolveu 180 agentes nas cidades paulistas de Cruzeiro, Dracena, Santos, São Paulo e em Brasília. Foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão em São Paulo e 17 na capital federal. De acordo com a PF, o grupo cooptava funcionários de segundo e terceiro escalões para obter pareceres fraudulentos, a fim de beneficiar empresas privadas.

 Fonte: G
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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

PISTA CENTRAL DO TREVO DA BR 367 JEQUITINHONHA FECHADA. MAIS UMA VITÓRIA DO POVO.


Hoje foi feito o fechamento da Pista Central da BR 367, Trevo em Jequitinhonha-MG, reivindicação da população Jequitinhonhense, que se mobilizaram e foram para as ruas juntamente com algumas Entidades de Classes, conseguindo junto ao DNIT (Departamento Nacional de Infra Estrutura de Transporte) uma autorização para o fechamento da pista central deste. O Sargento Prates diretor do Centro Social dos Cabos e Soldados PM BM-MG, Regional Jequitinhonha, apresentou esse mesmo projeto em 2011, o qual está incluído no Plano de Governo Municipal de 2012 da Coligação A FORÇA DO POVO, aprovado, registrado e publicado no TRE - MG à disposição de todos os brasileiros. A realização do fato só demonstra que com pouco se faz muito por uma população e que todos, entidades, departamentos, Administração Pública juntos sem ter nenhum interesse particular pode alavancar um resultado satisfatório tendo em vista que aconteceu às vésperas do Carnaval. O povo de Jequitinhonha tem sim que reivindicar os seus direitos com vontade, carinho, simplicidade e acima de tudo com muita esperança de dias melhores, pois, quem conhece os anseios da população é o próprio povo, por isso quero agradecer a Comunidade de Jequitinhonhense que compareceu, contou ainda com apoio de um Grupo oriundo de Joaíma, representado pelo Sr "Frithz", aos jovens, aos adultos e a todas as pessoas que de livre e espontânea vontade deixaram seus lares numa manhã chuvosa de sábado exercendo assim seus direitos de cidadania no manifesto do dia 21 de dezembro de 2013. Parabéns a todos que contribuíram direta ou indiretamente para essa grandiosa conquista para o Povo de Jequitinhonha, Minas Gerais, Brasil e mundo que por aqui passam. Nunca se esqueçam, que juntos seremos bem mais fortes. Meu fraternal abraço a todos. Tony Prates.



 

































quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Liberdade de policiais é assunto para Justiça e PM resolverem, diz GDF

26/02/2014 21h21 - Atualizado em 26/02/2014 21h33


Em nota, governo fala em 'expectativa de relaxamento da prisão' de PMs.
Comando da PM ordenou a prisão de 12 por incitar atos de desobediência.

Ricardo MoreiraDo G1 DF
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Policiais militares deixam entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)Policiais militares deixam entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)
O governo do Distrito Federal divulgou nota na noite desta quarta-feira (26) informando que "reconhece como legítima" a preocupação manifestada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, sobre o protesto de policiais militares realizado durante à tarde no Congresso.
Um grupo de PMs ocupou a entrada da Câmara dos Deputados para pedir que 12 PMs presos por suposto envolvimento na operação tartaruga sejam soltos. O grupo, que também manifestou contra a proposta de reajuste salarial apresentada pelo GDF, deixou o prédio cerca de uma hora depois.
O GDF esclareceu na nota que há "expectativa de relaxamento da detenção dos policiais militares" e que diante disso, "as autoridades que presidem os inquéritos policiais militares (IPMs) e o Poder Judiciário" são responsáveis por analisar o caso.
PMs presos estão na Papuda
O estudante de aviação civil Elienai Meireles Sanches, de 22 anos, afirma que o pai, Valdez Sanches da Costa, 1° sargento do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, foi preso injustamente por incitar outros policiais a aderirem a atos de desobediência e desordem.
Valdez Sanches da Costa, 1° sargento do Batalhão de Polícia Militar Ambiental, foi preso, segundo o filho, por incitar outros policiais a aderirem a atos de desobediência e desordem. (Foto: Arquivo pessoal / Divulgação)Valdez Sanches da Costa, 1° sargento do Batalhão de Polícia
Militar Ambiental, foi preso, segundo o filho, por incitar outros
policiais a aderirem a atos de desobediência e desordem.
(Foto: Arquivo pessoal / Divulgação)
O PM foi preso na sexta-feira passada (21) depois de ter se recusado, segundo o filho, a dirigir uma viatura da PM. O pai diz que concluiu um curso para direção de veículos, mas que essa habilitação não vale para um tipo de caminhonete nova adquirida recentemente pela corporação, segundo o relato de Sanches.
O estudante conta que o pai estava com a família em casa quando recebeu uma ligação do comando da PM solicitando que ele comparecesse no batalhão onde servia. Costa saiu de casa por volta das 16h. Chegando ao batalhão, foi chamado para uma reunião que só terminou à noite. Foi quando o filho conversou com o PM por telefone. "Ele disse que não iria voltar para casa naquele dia e pediu que nós não nos preocupassemos com a situação. Ele acreditava que iria ficar preso por pouco tempo".
Sanches diz que o pai está na PM há 27 anos e que nunca cometeu atos de indisciplina. O policial está numa ala do presídio da Papuda, chamada de Papudinha, onde ficam presos os policiais militares. As visitas só são liberadas aos sábados.
Costa e outros sete policiais militares, que também foram presos por incitar atos de desobediência, disse Sanches, ocupam celas individuais. "Eles tem autorização para pedir que funcionários comprem comida de fora. As refeições são preparadas lá mesmo", contou o estudante. "Meu pai está num estado emocional muito abalado e já emagreceu bastante. Em toda minha vida, o vi chorando poucas vezes. Após saber que minha mãe e minha irmã tiveram que ficar nuas durante a revista antes de visita-lo ele desabou", afirma o filho do PM.
Reajuste
No último dia 18, uma assembleia marcada por oficiais, realizada no Clube de Oficiais da PM, decidiu aceitar a proposta de reajuste feita pelo governo do DF à categoria. Na manhã da mesma data, outra reunião em frente ao Palácio do Buriti havia rejeitado o plano de reajuste e reestruturação da categoria.
O GDF ofereceu aos policiais militares reajuste de 22% nos salários escalonado em três anos, para aproximar os salários da PM com os da Polícia Civil. No caso dos benefícios, os reajustes variam entre R$ 560, para praças, e R$ 1,2 mil, para oficiais. Pela proposta, o pagamento será feito com recursos do governo local, por meio de decreto.
Policiais militares ocupam entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)Policiais militares ocupam entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)
Operação tartaruga
Policiais militares entraram em operação tartaruga em outubro do ano passado para reivindicar reajuste salarial, reestruturação da carreira e pagamento de benefícios a PMs em atividade e policiais reformados. O governador Agnelo Queiroz afirmou que o movimento tinha caráter político.

Por participação no movimento, doze policiais militares foram presos entre a última quinta e sexta (20 e 21). Os policiais presos são suspeitos de vários crimes militares, incluindo incitação à desobediência, incitação à violência e publicações indevidas. O primeiro deles, preso na noite de quinta, é um soldado suspeito de desacatar ordens de superiores.
PM faz cordão de proteção na entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Felipe Neri/G1)PM faz cordão de proteção na entrada da Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Felipe Neri/G1)
Segundo o corregedor-geral da PM, Civaldo Florêncio, os policiais divulgaram postagens em redes sociais e espalharam e-mails sobre a operação tartaruga. "Não se tratam de bandidos ou marginais. Essas medidas visam reestabelecer a ordem e a hierarquia dentro da PM", disse.
A previsão é que os policiais fiquem presos por 30 dias, período que pode ser estendido até o fim do inquérito. Foram abertos processos administrativos contra os policiais presos nesta sexta. Os processos podem originar de advertência até a expulsão da corporação, explicou o corregedor. Além disso, os policiais podem pegar até dois anos de prisão caso sejam condenados.
Policiais militares tentam entrar na Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)Policiais militares tentam entrar na Câmara dos Deputados, em Brasília (Foto: Isabella Formiga/G1)
A categoria ficou dividida depois que o GDF encerrou as negociações sobre reajustes salariais publicando, na quarta, dois decretos. Os líderes das associações decidiram em reunião não se posicionar contra a medida, mas anunciaram que vão enviar carta de repúdio a Agnelo Queiroz.
Em um e-mail divulgado na noite de quarta, havia orientações para que a categoria boicote as atividades. Entre elas, está até mesmo dar informações incorretas a turistas estrangeiros durante a Copa do Mundo, orientando-os a ir a lugares a mais de 40 quilômetros do centro de Brasília, onde ocorrerão os jogos.
"[Sobre] informações aos turistas estrangeiros: oriento-os de maneira incorreta (mande-os para o Sol Nascente, Águas Lindas, Planaltina, Vale do Amanhecer etc.), e só os ajudem, claro, de forma incorreta, se ele (estrangeiro) souber falar português (mesmo que o policial saiba falar outra língua)", diz o e-mail que circula entre os PMs. O texto não é assinado
Fonte: G1

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

""PELO MENOS ELE NÃO FICOU COMO BANDIDO"" DIZ A POBRE MÃE DO PROFESSOR MORTO. NOVE MORTOS FOI O SALDO.

25/02/2014 19h21 - Atualizado em 25/02/2014 20h24

'Foi uma fatalidade', diz delegado sobre professor morto em tiroteio

Silmar Madeira foi feito refém por assaltantes em ação em Itamonte, MG.
Delegado acredita que disparo que matou vítima foi feito por um policial.

Do G1 Sul de Minas
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A Polícia Civil de Pouso Alegre (MG) admitiu nesta terça-feira (25) a inocência do professor Silmar Madeira, de 31 anos, que foi morto após ser feito refém por assaltantes que explodiram caixas eletrônicos em Itamonte (MG). O Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) já havia revelado nesta segunda-feira (24) que a vítima tinha sido usada como escudo por um dos criminosos. O professor foi baleado durante um tiroteio entre policiais e assaltantes, em uma ação que deixou nove pessoas mortas.
"Uma série de circunstâncias nos levaram à inocência do professor. Ele não portava colete à prova de balas e nem armas. Nós refizemos a caminhada dele naquela noite e vimos que ele passou por diversos lugares. Além disso, ele não tem antecedentes criminais", informou o delegado responsável pelo caso, João Euzébio Cruz.
Na noite do tiroteio, Silmar tinha ido até a casa da namorada, em Itamonte. O tio dela, que não quis se identificar, conta que os dois saíram naquele sábado (22). "Ela foi a última a sair com ele naquela noite. Eles estavam em um restaurante e chegaram em casa entre 1h30, 2h30. Ele a deixou no portão de casa e foi embora", afirma. Na ação realizada em Itamonte, testemunhas disseram que o professor foi rendido por um dos bandidos em fuga, que tomou o carro do professor e o levou como refém.
Polícia investiga morte de professorSilmar Madeira em Itamonte (MG) (Foto: Reprodução / EPTV)Professor foi morto durante tiroteio em Itamonte
(MG) (Foto: Reprodução / EPTV)
"Ele foi inserido na cena do crime de uma forma involuntária e, infelizmente na hora do tiroteio, não foi possível fazer essa distinção. Creio que foi uma fatalidade e um tremendo azar, tanto da parte dele, quanto da nossa", complementou o delegado.
O delegado Ruy Ferraz, que é responsável pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio do Deic, disse acreditar que o tiro que matou o professor foi dado por um criminoso, porque o buraco do ferimento estava nas costas do professor. Entretanto, ele ressaltou que apenas a perícia vai definir quem foi o responsável pelo disparo. João Euzébio também aguarda a perícia, mas acredita que o tiro que matou o professor foi disparado da arma de um policial.
"Estão sendo feitos exames, mas tudo indica que o disparo tenha sido da arma de um policial, já que ele estava do outro lado do confronto. Do mesmo jeito que os tiros saiam do carro, os policiais revidavam", disse.
João Euzébio acredita que nenhum criminoso ainda esteja na cidade, mas um helicóptero tem feito buscas na região. Segundo o delegado, ainda há membros da quadrilha a serem presos. EmCambuquira (MG), um suspeito de ter envolvimento com o crime foi preso após receber atendimento médico. Ele foi levado para o Presídio de São Lourenço (MG).
Delegado de Pouso Alegre João Euzébio Cruz (Foto: Reprodução EPTV)Delegado João Euzébio Cruz diz que morte de professor foi fatalidade (Foto: Reprodução EPTV)
"A quadrilha não é formada somente pela linha de frente que vem até o palco da ação. Nós temos outros elementos que trabalham no planejamento, estruturação e serviço de inteligencia. Até agora não há suspeitos do Sul de Minas e o homem preso em Cambuquira continua sendo investigado", afirmou.
Família aliviada
Após confirmada a inocência de Silmar Madeira, a família do professor, que mora em Itanhandu (MG), ficou aliviada. "Pelo menos meu filho não ficou como bandido. Meu filho trabalhava em dois serviços. Graças a Deus ele era trabalhador", disse a mãe da vítima, Adélia Madeira. "Isso muda tudo, porque agora as filhas dele vão crescer e ir para a escola sabendo que o pai não era um bandido", desabafou a irmã Silvia Madeira Marques da Silva.
Mãe de professor morto em tiroteio em Itamonte (Foto: Reprodução EPTV)Mãe se sentiu aliviada após confirmação da
inocência do filho (Foto: Reprodução EPTV)
O professor dava aulas de técnicas em segurança do trabalho e também coordenava o curso técnico no Educandário São Francisco de Assis, em Itamonte, há 8 anos. Durante o dia ele trabalhava em Passa Quatro (MG) em uma empresa também de segurança do trabalho. Ele morava com os pais em Itanhandu e deixou duas filhas, uma de 6 anos e outra de 6 meses, que eram de outro relacionamento.
Na turma de segurança do trabalho, em Itamonte, a noite desta segunda-feira foi de orações ao invés de aula. Alunos e professores estavam emocionados com a morte de Silmar. "Ele era muito focado no trabalho. Era a vida dele", conta o designer Áthila Domingo Costa.
A coordenadora da escola, Lúcia Lopes, também lamentou a perda do colega de trabalho. "Esse é o pior momento que estou passando na escola. Porque além de professor, ele era um amigo", diz.
O corpo do professor foi sepultado na tarde de domingo (23), em Itanhandu.
Identificação dos mortos
A perícia da Polícia Civil identificou os corpos dos suspeitos mortos durante operação em Itamonte, quando a polícia rendeu a quadrilha que explodiu um caixa eletrônico na cidade. Dos nove mortos na operação, três eram de Mogi das Cruzes (SP), quatro de São Paulo (SP), um de Campinas (SP), e o professor de Itanhandu, feito refém durante a fuga dos criminosos e que morreu baleado.
Até esta segunda-feira, cinco corpos continuavam no IML de São Lourenço (MG) sem identificação. Todos foram liberados para os familiares. Um décimo suspeito, morto durante troca de tiros com a polícia quando tentava fugir pela Via Dutra, em São José dos Campos (SP), era de São José do Rio Preto (SP).
De acordo com o Capitão da Polícia Militar, Marcelo Borges, a segurança foi reforçada em toda a região à procura de suspeitos que ainda possam estar escondidos no Sul de Minas. "Não acredito que haja alguém escondido no matagal próximo a Itamonte, mas existe ainda a possibilidade de criminosos estarem escondidos na região, e o policiamento foi reforçado. Pedimos apoio da PM de São Lourenço, Pouso Alegre (MG) e Belo Horizonte (MG)", disse.
Seis pessoas detidas durante a operação no sábado (22) continuam presas, uma no Presídio deSão Lourenço, quatro na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem (MG), e o sexto suspeito em São José dos Campos (SP).
Prisão em Cambuquira
Um suspeito de ter envolvimento com a quadrilha de assaltantes que trocou tiros com a polícia em Itamonte foi preso em Cambuquira (MG) no domingo.  Segundo a Polícia Civil, a Justiça determinou a prisão preventiva do homem de 26 anos para ampliar as investigações. A principal hipótese é de que ele estivesse em rota de fuga após a ação do último sábado, que terminou com a morte de nove pessoas.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito deu entrada no hospital de Cambuquira, por volta das 9h de domingo, desorientado, exausto e com um ferimento no braço direito. Ele alegou à equipe médica que havia se envolvido em uma capotagem, mas não soube passar nenhum outro detalhe. Os funcionários do hospital ficaram desconfiados e chamaram a polícia. Após alguns exames preliminares, a conclusão foi de que os ferimentos, provavelmente causados por arma de fogo, não condiziam com a história contada pelo paciente.
Após atendimento médico, o homem foi levado para a Delegacia de Três Corações (MG), onde prestou depoimento. Natural de Miracema (RJ), o suspeito disse que sofreu um acidente emCaxambu (MG) enquanto ia para o trabalho, mas após investigação, foi constatado que não houve nenhum acidente no local. O suspeito, que tem várias passagens pela polícia e um mandado de prisão em aberto, foi encaminhado para o Presídio de São Lourenço (MG).
Policiais na frente de Presídio de São Lourenço, MG (Foto: Tarciso Silva / EPTV)Suspeito preso em Cambuquira foi levado para o Presídio de São Lourenço, MG (Foto: Tarciso Silva / EPTV)
Para o delegado responsável pelo caso, João Euzébio Cruz, de Pouso Alegre (MG), há fortes indícios de que o suspeito faz parte da quadrilha de assaltantes. "Ele não consegue explicar as razões de estar em Cambuquira. É um elemento completamente estranho na região e, por isso, está sendo investigado", afirma.
Segundo a Polícia Militar, homens em uma caminhonete prata teriam ido a um hotel de Cambuquira perguntando sobre o suspeito. O dono do hotel informou ao grupo que o homem tinha ido para o hospital com envolvimento da polícia. O bando foi embora após a informação.
Tiroteio via Dutra - São José dos Campos 3 (Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Criminosos também se envolveram em tiroteio em
São José dos Campos 3 (Foto: Reprodução/
TV Vanguarda)
Prisão em São José dos Campos
Um suspeito foi morto e outro preso após fazerem um empresário de Itamonte refém durante uma tentativa de fuga no final da noite de domingo. Eles estariam escondidos na cidade após a ação policial na madrugada de sábado.
De acordo com os policiais, os criminosos renderam o empresário e o levaram de carro em direção a Caçapava (SP), quando foram perseguidos pela polícia. Já em São José dos Campos (SP) eles foram rendidos e durante uma troca de tiros, um dos suspeitos foi baleado e morreu. Um sargento da Polícia Militar também ficou ferido por dois disparos.
A vítima foi liberada e não ficou ferida. O outro suspeito foi detido. Durante a ação, os militares apreenderam um fuzil e um colete à prova de balas.
Tiroteio e mortes em Itamonte
Durante a madrugada de sábado, cerca de 200 policiais civis e militares renderam uma quadrilha que explodiu um banco e se preparava para explodir outros dois em Itamonte (MG). Ao todo, nove pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas, entre elas, cinco policiais civis.
Por volta das 2h, os criminosos explodiram caixas eletrônicos do Banco Bradesco e, durante a ação, foram cercados pelos policiais, que já tinham informações sobre a possibilidade do assalto. A quadrilha já era investigada havia pelo menos três meses.

Enquanto uma parte do grupo explodiu a outra agência, os outros integrantes ficaram em uma praça onde têm dois bancos, só que antes de detonar a dinamite, eles foram surpreendidos pela polícia. Os assaltantes estavam divididos em sete carros e, de acordo com a assessoria do governo do estado, eles pretendiam também dominar o pelotão da Polícia Militar de Itamonte e atacar ainda caixas eletrônicos em Itanhandu (MG). Durante a ação em Itamonte, foram apreendidos fuzis, espingardas calibre 12, pistolas, dinamites, munições e coletes à prova de bala. A informação da polícia é de que a quadrilha seja formada por pelo menos 20 pessoas. Quatro delas foram presas no local.
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Pelo menos nove criminosos foram mortos durante ação em Itamonte (MG) (Foto: HENRIQUE COSTA/CPN/ESTADÃO CONTEÚDO)Pelo menos nove criminosos foram mortos na ação
(Foto: Henrique Costa/CPN/ESTADÃO CONTEÚDO)
Um homem de 26 anos foi preso pela Polícia Civil de Mogi das Cruzes (SP) em um condomínio de luxo na cidade de Arujá (SP). Com ele, foram apreendidos uma moto, veículos e dinheiro manchado com tinta vermelha, proveniente do sistema de segurança dos caixas eletrônicos. Outro homem suspeito de integrar a quadrilha foi preso em Pindamonhangaba (SP).

Entre as pessoas mortas durante a operação em Itamonte, oito eram do Estado de São Paulo e um era de Itanhandu (MG). Três policiais civis foram atingidos por disparos feitos por fuzis. Eles foram socorridos em um helicóptero e levados para São Paulo (SP). Dois criminosos também ficaram feridos, foram internados e após receberem alta, foram levados para o Presídio de Pouso Alegre (MG). Já os corpos foram levados para os IML de São Lourenço (MG), Pouso Alegre (MG) e Itajubá(MG).
A Polícia Rodoviária Federal também apoiou a operação. Embora os policiais tenham cercado a cidade, alguns criminosos conseguiram fugir e, apesar das buscas feitas com helicópteros da Polícia Militar em matas próximas, não foram encontrados.